É cansativo ser bombardeado todos os dias com tantas agendas de lives por aí. Na maioria das vezes, olho, ignoro e não marco nada na agenda. Porém, em um desses momentos de espontaneidade da vida, senti brisas de sintonia e afeto tocando meu coração graças a algumas delas.

Na primeira vez, estava rolando a tela do YouTube e apareceu o show ao vivo do Quinteto S. A., grupo de Florianópolis que descobri sem querer esse ano. Como boa carioca, deixei o samba rolar e abri uma cerveja. Ao mesmo tempo, lembrei de uma pessoa especial e compartilhei a live.

Dias depois, eu que fui lembrada. Recebi uma mensagem para assistir as apresentações do “Together at home”, “porque eu ia gostar”. Realmente: Gostei, me emocionei, senti saudades.

E isso se repetiu. Outro dia, foi a vez de um grupo de amigos avisar que estava tendo a live do Raça Negra. Lembrava nossas festas em Belém com karaokê de pagode dos anos 90 sem microfone.

Para fechar com chave de outro, uma amiga muito querida me enviou o show ao vivo do Nando Reis. Voz e violão, só ele. Tão lindo. Nossa, senti muita alegria. As músicas, a vontade de sair por aí, a leveza. E, claro, compartilhei também.

Tudo isso para dizer que, apesar da quarentena, formas de compartilhar afeto, conexão e sintonia continuam aí. Podemos não ver e tocar, mas sentimos. O tempo todo.

Sigo sem acompanhar agendas de lives, mas torcendo para lembrar e ser lembrada, com espontaneidade e doçura. Saudades.

Foto: Nicole Guimarães. Rio de Janeiro, carnaval 2020.