Bloquear ou não bloquear?

É um tal de bloqueia e não bloqueia que estou me sentindo uma corda sendo puxada para os dois lados. Nas últimas semanas, diversos perfis acusados de disseminar fake news foram bloqueados. De início, achei meio óbvia essa atitude e o melhor caminho para conter essa onda de informações falsas.

Até começar a ter conversas e ler sobre o assunto. Primeiro, foi o questionamento de Fernando Gabeira ao youtuber Felipe Neto – grande defensor dos bloqueios – se não seria estranho um ministro da Filipinas bloquear o perfil dele aqui no Brasil. O influenciador digital ficou confuso na resposta.

Controverso. Depois, li uma entrevista do jornalista americano Gay Talese, de 88 anos. Resumidamente ele defende a liberdade de expressão de forma absoluta e a não imposição de uma visão unilateral principalmente por parte da mídia.

As fake news, sem sombras de dúvidas, estão criando grandes problemas políticos e sociais não só no Brasil como no mundo, mas qual a melhor forma de conter isso? Falsas notícias sempre existiram, mas agora temos o fator internet que faz com que tudo seja compartilhado em questões de segundos.

Ao mesmo tempo em que há o perigo de ter decisões bloqueando perfis, não há condições, ainda, de termos a liberdade de expressão absoluta. Todas as informações saem voando por aí, aos quatro ventos, nos celulares de qualquer um. E encaminhadas, encaminhadas e encaminhadas. Até mentiras virarem verdades absolutas.

Coisa boa seria se as boas mensagens fossem compartilhadas na mesma velocidade, não é?

Difícil ter uma opinião formada. Você já tem a sua?

Foto autoral. Abacaxi de São Francisco do Pará, 2020.

27 comentários sobre “Bloquear ou não bloquear?

  1. Renata Rodrigues

    Bom dia…então o negócio para essa turma e vender noticias ainda que sejam falsas..e acho que tudo tem um interesse,sempre tem em atingir alguém ou algo,ou pq não o planeta ?
    E que fiquemos sempre atentos ao lermos alguma notícia,noticiário e saibamos analisar ate onde e verídico ou não…e infelizmente o ser humano as grandes midias nao estão nenhum pouco interessados em vender verdades,digo verdades noticias boas isso não e vantajoso a eles é so caus infelizmente..mas que estejamos atentos a tudo isso!!
    Como sempre mais uma vez parabenizo a pelo excelente tema…lindo dia a Vc Nicole.Fica c Deus.bj🌼🌷

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    1. Verdade, Renata! É o caos que dá lucro! E a gente fica no meio disso tudo sem saber no que confiar. Por isso não assisto mais jornais! Máximo que faço é dar uma olhada geral no Twitter para não ficar muito alienada. Triste, né! Porque parece que só tem caos na vida. Beijos e lindo dia também 💜🌻

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      1. Renata Rodrigues

        Sim Nicole ..infelizmente o caus,o mal existem,mas nao deixemos isso nos atingir ainda gracas a Deus existem mtas coisas boas nesta vida,pessoas,eu acredito muito em dias melhores onde a bondade reinará!!

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  2. Hoje o mais difícil é saber que notícia é verdadeira ou falseada, independente de quem a propague, já que a mídia oficial também mascara e usa as informações ao seu bel prazer. De toda forma, a liberdade de expressão, a meu ver, deve ser irrestrita. Cada um que decida onde vai buscar o próximo dado.

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    1. Bom te ver aqui, Ana! Sinto o mesmo que você. Não conseguimos saber o que é verdade… nessa entrevista que cito, o jornalista fala que hoje a pessoa entrevista já querendo pegar alguma falha ou escorrego do entrevistado. O que prejudica a visão até daquele que lê. O melhor é a gente filtrar e cada um ver o que é saudável para si. Também estou caindo para o lado da liberdade irrestrita… vamos ver! Boa quinta! 🌸

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  3. mariogordilho

    Tema quente mesmo, né, Nicole? Tenho também tendência a maior liberdade de expressão, lembrando que não existe liberdade absoluta. Toda liberdade, inclusive a de expressão, é limitada pelos regramentos legais. Sou favorável, sim, ao direito de resposta ou de indenização por danos morais. Quanto ao bloqueio de perfis, entendo que apenas os falsos perfis devem ser excluídos. Os que disseminam fake news poderiam, por exemplo, vir com uma tarja como no Wikipedia, do tipo “informação não confirmada por meio de fontes seguras”. E cada um que faça seu julgamento e que escolha suas fontes. Num país de pouca cultura e desigual como o nosso, é mais complicado, mas ainda assim me parece preferível a termos alguém decidindo por todos, como era nos tempos da censura. O que me preocupa mesmo são os exageros cometidos por magistrados. Ontem, um juiz de Brasília censurou uma matéria da Crusoé que mostrava, com dados, que deputados da base governista estão se afastando da PEC que institui a prisão em segunda instância. O juiz entendeu que a matéria fere a imagem da deputada que entrou com a ação. Enfim, é apenas minha opinião leiga, mas espero que essa censura a um órgão da imprensa seja derrubada nas instâncias superiores. Censura nunca mais! E que as opiniões sejam sempre respeitadas, por mais absurdas que possamos achar. Ninguém tem o direito de censurar ninguém, pois não há donos da verdade, nem verdades que valem mais que outras, exceção feitas, claro, a censuras a informações criminosas, ilegais, mas essa é a função do Judiciário.

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    1. É muito esquisito uma pessoa ter o poder de decidir sobre assuntos tão complexos, principalmente quando são casos como esse que você citou de matéria. Eu acho MUITO perigoso. O ideal também acho que seja um alerta ou bloqueio da mensagem. Abrir brecha para começar um bloqueia e não bloqueia da cabeça de juiz ou de quem quer que seja pode acarretar sérios danos pra nossa democracia. Vamos ver… esse assunto é novo para todo mundo, torcer para que sigam por um caminho mais neutro possível! Ou que não faça a gente voltar para tempos passados…

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  4. elcieloyelinfierno

    Entrada emoldurada com várias perguntas! Num mundo caótico e com uma mansidão “silenciosa” dos povos. Pois aqueles que exigem liberdade são cruelmente exterminados por suas próprias guerras internas ou por interesses estrangeiros, que só buscam ricos recursos para acumulação de capital. Eu devo te dizer; que o que você ouve, não acredite em nada. E do que você vê, acredite apenas na metade. Dá-me a possibilidade de dizer pessoalmente que as redes sociais já se contaminaram até ao cerne das notícias falsas, para fins que só são incentivados pelo poder central, e dirigidas a milhões de pessoas, habituadas a comprar “peixe podre” . Não há imprensa independente; e se existisse, o faria clandestinamente, com poucas chances de sobrevivência. Em última análise, acredito em 10% do que vejo e mesmo assim procuro confirmar através de pesquisas; peneirando até mesmo as fontes mais miseráveis. Uma calorosa saudação.

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    1. A mídia diz o que convém a ele e o que dá dinheiro, não adianta. E nós ficamos no meio sem saber em quem confiar. Estou como você filtrando e acreditando muito pouco. Nem tenho tido vontade de ler notícias, prefiro acompanhar os blogs. Acrescentam mais para minha alma do que as informações deturpadas que recebemos. Abraços! 🙂🙏🏻

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      1. elcieloyelinfierno

        Muito obrigado, caro amiga, por seus agradecimentos. A coincidência faz com que nos posicionemos diante das notícias falsas e marcemos juntos as outras, uma tendência em defesa de nossos direitos, consagrada em nossas Constituições. Uma calorosa saudação.

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  5. A questão central é ter discernimento sobre aquilo que você consome. Entretanto, entramos numa nova questão que é a educação da população em geral. Quando temos uma maioria de analfabetos funcionais, que mal sabem interpretar um texto curto, como exigir que tenham o senso crítico de analisar o que é falso ou não. E em tempos de polarização política, cada um acredita naquilo que lhe convém, que está de acordo com seu viés ideológico. Se a notícia falsa concorda com minha posição, tudo bem ser falsa.

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    1. Exatamente!!! E a preocupação é com a população que não teve acesso à educação como também com aqueles que colocam o viés ideológico acima de tudo. O terrível é que isso impacta na nossa vida, por mais que a gente filtre o que consumimos. É um tópico novo, vamos ver que posicionamento vão tomar…

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  6. VEM comigo!

    Nicole, acredito que o grande problema nesse caso, dar-se por conta daqueles que agem de má-fé. As pessoas têm que ser livres para pensar. Todavia, existem pessoas de caráter duvidoso que tentam manipular a informação a qualquer custo, e isso não é bom.
    Se existe um grupo de pessoas que certamente, serão prejudicadas, o correto é bloquear. Neste caso, a lei é acionada para impedir que esse tipo de informação circule.

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    1. Eu seguia essa minha também, mas comecei a pensar no perigo desse posicionamento. Porque podem começar a censurar outras coisas, como matérias de jornais, perfis que apenas pensam diferente. Enfim… é um caminho meio novo nesse mundo da internet e que não consigo ter uma visão fechada ainda…

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  7. a favor sempre da liberdade de expressão. com responsabilidade. talvez ou melhor não hoje em se falando de redes sociais como veículos de comunicação (e o são, do seu jeito mas são)a palavra corre solta e tantas vezes de forma leviana. vamos lá: há uma tentativa ou há uma narrativa que coloca a liberdade de expressão como algo acima de tudo e de todos, diga-se o que quiser. não é bem assim. se pegamos os políticos como exemplo, começa com a imunidade parlamentar. a imunidade foi criada para proteger as ideias não as agressões que lemos, ouvimos, assistimos. isso não é liberdade de expressão. defender uma ideia é algo sagrado e assim deve permanecer com plena liberdade. todavia, há sempre uma fronteira e ela não pode ser chamada de censura. responsabilidade nunca foi e nunca será censura. de volta às redes sociais: passa muito pelo nível de cultura, conhecimento. educação, etc. de quem a utiliza. vou um pouco mais longe, há quem se sinta poderoso ficando atrás de uma tela de iphone ou computador, há uma espécie de exercício de poder de quem parte para agressões escritas ou gravadas em nome da liberdade de expressão. ok, vamos considerar que seja, então assumam a responsabilidade do escrito, do gravado. para isso, o Judiciário deve estar bem atento. apenas lembrando, em outro comentário havia escrito que existe uma frase que diz: “na guerra a primeira vítima é a verdade”. penso que seja isso que estamos vivendo no mundo de hoje. complicado filtrar a informação, interesses políticos, econômicos, etc. linha editorial de acordo com os interesses e lá se vai parte da informação. é princípio básico do jornalismo ouvir todos os lados. não é bem o que se encontra em nossa imprensa. solução? confesso que não sei, Nicole. apenas, procuro construir como fiz até hoje minha carreira com ética, responsabilidade, sendo digno, íntegro ao ofício que escolhi exercer. há muito ainda por escrever mas não desejo me alongar muito. beijo, e cuide-se muito, por favor.

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    1. Também estou longe de enxergar uma solução, Fernando. E seu comentário foi muito esclarecedor. O ouvir os dois lados está faltando muito. E o que acontece é que quem é do grupo x para de ler o que vem do grupo y. Então cada grupo só lê o que convém, não tem diálogo. E concordo sobre a responsabilidade não ser o mesmo que censura. O difícil é identificar dentro do vasto mundo das redes sociais qual o limite. Bloquear o perfil de alguém é como impedir o outro de falar. Isso é muito sério, por mais que ele/ela tenha postado mensagens falsas. Enfim, esse assunto dá muita conversa mesmo! Cuide-se também! Um abraço 🌻

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  8. Ética: exercício de liberdade- a liberdade deve se autolimitar eticamente, exatamente, para não se tornar absoluta… Todo absolutismo, inclusive, o atribuído a Deus, é um exagero daquilo que alguns absolutistas, que se acham deuses, encontrou para dizer em nome de uma pseudo-autoridade divina que estão com a verdade….

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  9. Fiquei cá a pensar na tal da liberdade de expressão absoluta. Não creio que seja possível. Uma vez que a liberdade não pode ser usada para agredir alguém ou denegrir. Em casos assim, e possível recorrer a justiça que irá decidir uma maneira de reparar tal dano. Mesmo assim, o estrago estará feito. Ou seja, a liberdade de expressão tem limites e a própria constituição estabelece limites legítimos. Mas e um assunto interessante para debater.

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    1. Sim, Lunna. Com certeza tem limite, concordo com você. O complexo, no meu ponto de vista, é quando estamos no espaço das redes sociais e nesse contexto de fake news. Como reparar o dano de forma com que não impacte na liberdade de expressão como um todo? Porque tem saído decisões de bloquear perfil, então a pessoa perde o “direito” de fala na rede social. Por mais que ela tenha compartilhado uma mentira, será que não é arriscado essa moda pegar e passar para outros meios como matérias de jornais? Essa conversa é boa…

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      1. Minha cara, redes sociais para mim é uma coisa chata e não confiável. Parece coisa colegial. Por isso, prefiro os blogues. Alem do mais, muitos ali se sentem confortáveis para agredir. Estão do outro lado da tela. Podem dizer qualquer coisa e não terá consequências. Não é assim, mas faz muitos estragos e até ser reparado, isso quando é, a pessoa já perdeu tudo de si. Já vi casos graves. Quanto a Fake news, o problema está em quem compartilha também. Não verifica. Não checa. Reclama da grande mídia, culpa e propaga desinformação. Veja o caso das vacinas. Já avisei várias pessoas de conteúdo errôneo e a pessoa não deletou, deixou lá, de forma irresponsável. Então, minha cara, é um assunto complexo porque a liberdade de expressão passou a ser desculpa para essa galera, que até então nem sabia da existência do termo.

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  10. A liberdade de expressão não é irrestrita. Ela possui limites. E quando é usada para espalhar ‘fake news’ elas ultrapassam grosseiramente esse limite e não estão cumprindo nenhum propósito prévio de liberdade, na verdade. As punições como meio de tentar sinalizar e frear essa conduta, podem ou não ter efeito. Eu acho que, antes de pensarmos na possibilidade ou não de regenerar o propagador de fake-news, temos que agir rápido pra não permitir que a mensagem falsa se espalhe. E bloquear uma conta o quanto antes é o meio mais eficaz e, mesmo assim, não é totalmente garantido, porque uma vez que UMA mensagem saiu pelo emissor na internet, ela já pode ser imortal quando replicada pelo receptor à outros e outros meios, infinitamente. Contudo, a postura de bloqueio de uma conta dá um sinal à sociedade de que esse tipo de crime tem consequências e, por isso, pra se exercer a liberdade de expressão é preciso responsabilidade. Toda liberdade exige responsabilidade. A pessoa pode mentir ou fazer um discurso de ódio, mas não sem consequências sociais e jurídicas. Temos que lutar pela melhoria da liberdade de expressão, prioritariamente entre os justos, porque entre os injustos, com ou sem liberdade, eles já se expressam e causam um dano tremendo. Enquanto isso, muitas pessoas dignas temem fazer uso da digna liberdade de expressão, por represália, por vingança, por preconceitos, etc. Veja que na época da porca ditadura militar, psicopatas, assassinos e estupradores em série tinha plena liberdade de expressão e ação, enquanto a população era censurada e moída por estes. Liberdade irrestrita não é o que se deseja. Se deseja justiça.

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    1. E essa liberdade irrestrita está abalando até nossa democracia, não é? Nas eleições dos eua, o Twitter bloqueou algumas postagens do próprio trump avisando que a informação não era verdadeira. Tem que ter algum tipo de controle mesmo, problema é que ficamos cegos sobre o que é verdade.

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      1. Pois é. O risco político e social é enorme. Acho que o máximo que podemos fazer, além de bloquear e denunciar as fontes de fake-newss, é disseminarmos e apoiarmos as mídias que tem comprometimento com a verdade. Diante da dúvida de um assunto, podemos simplesmente não compartilhar. Há sites e canais do Youtube que se dedicam a pesquisar e informar se tal assunto é verdadeiro ou um boato falso. Mas quando isso é rápido demais, às vezes não temos tempo de controlar ou corrigir. Muita coisa nem passa pelos nossos olhos, porque chegam diretamente pelas mensagens privadas de Whatsapp, por exemplo. O quadrilheiro bolsonazi torrava cerca de 5 milhões POR MÊS só com a disseminação de fake-news. Investigar e cortar o mal pela raíz, nesses casos, leva tempo e pode acabar em pizza, porque no Brasil o dinheiro compra tudo, até a vista grossa. Para uma pessoa minimamente esclarecida, pode ser suficiente saber quem está contando a informação. Um país infestado de fascistas não se pode esperar nem uma vírgula de informação verídica vindo deles. O problema é que, muitas vezes, quem compartilha as mensagens deles sabe que são falsas e, por isso, mesmo, compartilham. A direita no Brasil não tem interesse de comunicar pra informar, apenas pra tentar denegrir seus opositores. Um lema antigo do fascismo diz: “acuse os outros daquilo que você é e faz.”.

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