Maré verde

As cores são movimentos, união, diferenciação. Janeiro branco, setembro amarelo, outubro rosa. Arco-íris LGBT+, roxo feminista. E, recentemente, a “maré verde”. Inspiradas nas Abuelas de la Plaza de Mayo, que chamavam atenção com lenços brancos na cabeça, argentinas a favor da legalização do aborto escolheram a cor verde para representar a luta.

No apagar das luzes de 2020, começaram a pipocar fotos na internet de milhares dessas mulheres emocionadas com seus lenços verdes, símbolo de saúde e esperança. Virou lei. Na Argentina, as mulheres poderão decidir interromper a gravidez de forma legal, segura e gratuita no sistema de saúde.

E no Brasil? Em divulgação realizada há 2 anos atrás, o Ministério da Saúde estima que ocorram, por ano, em torno de 1 milhão de interrupções voluntárias de gravidez. Em todas as classes sociais. Entretanto, as vítimas fatais, devido à clandestinidade e aos procedimentos precários, em sua maioria são mulheres negras, menores de 14 anos e que têm até o ensino fundamental.

Países em que houve a descriminalização do aborto estão vivenciando redução dos números. Em Portugal, por exemplo, as mulheres adquiriram o direito de interromper a gravidez em 2007. A quantidade de abortos realizados por lá caiu 3,8% em 2018, em comparação com o ano anterior. Por outro lado, o número de brasileiras que interromperam a gravidez em terras portuguesas aumentou 27,7% no mesmo período, sendo a nacionalidade que mais aborta em Portugal*.

Para além do discurso moral e religioso, não é uma injustiça social com aquelas mulheres que não possuem condições financeiras? Será que alguma mulher deixa de interromper a gravidez porque é ilegal? Lembro da menina de 10 anos, do Espírito Santo, que engravidou após ser estuprada pelo tio e foi julgada na porta do hospital por grupos antiaborto. Sim, escrevo por ela e por tantas outras.

Você tem alguma posição em relação ao direito das mulheres de interromperem a gravidez até a 14ª semana?

*Dados divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo em janeiro de 2020.

Foto autoral. Nós acreditamos que Vidas Negras Importam, nenhum humano é ilegal, amor é amor, direitos das mulheres são direitos humanos, a ciência é real, água é vida, injustiça em um lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar.

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64 comentários sobre “Maré verde

  1. Alex Antunes

    Bom dia, Nicole! Tema muito grave e sério, você escolheu hoje.
    Como católico, sigo o posicionamento da Igreja em relação ao tema ou ao problema. Acredito que nenhuma mãe deva abortar. Mas para evitar isso, antes é necessário uma vida casta; coisa bem difícil no mundo de hoje, mas não impossível. Dizia um padre: “os castos não abortam”.
    Uma pessoa que lutou bastante contra o aborto e hoje já foi canonizada pela Igreja é a Madre Teresa de Calcutá. Ela percebeu a gravidade do aborto e, por isso, gostaria de citar algumas frases dela sobre o tema.

    Frases de Madre Teresa sobre o aborto:

    “Any country that accepts abortion, is not teaching its people to love, but to use any violence to get what it wants.”

    “It is a poverty to decide that a child must die so that you may live as you wish.”

    “But I feel that the greatest destroyer of peace today is abortion, because it is a war against the child -a direct killing of the innocent child -murder by the mother herself. And if we accept that a mother can kill even her own child, how can we tell other people not to kill one another? How do we persuade a woman not to have an abortion? As always, we must persuade her with love, and we remind ourselves that love means to be willing to give until it hurts. Jesus gave even his life to love us. So the mother who is thinking of abortion, should be helped to love -that is, to give until it hurts her plans, or her free time, to respect the life of her child. The father of that child, whoever he is, must also give until it hurts. By abortion, the mother does not learn to love, but kills even her own child to solve her problems. And by abortion, the father is told thathe does not have to take any responsibility at all for the child he has brought into the world. That father is likely to put other women into the same trouble. So abortion just leads to more abortion. Any country that accepts abortion is not teaching the people to love, but to use any violence to get what they want. That is why the greatest destroyer of love and peace is abortion. ”

    No próximo comentário, eu vou postar as traduções dessas frases, usando um tradutor.

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  2. Alex Antunes

    Traduções das citações da Madre Teresa sobre o aborto.

    “Qualquer país que aceite o aborto, não está a ensinar o seu povo a amar, mas a usar qualquer violência para obter o que quer”.

    “É uma pobreza decidir que uma criança deve morrer para que se possa viver como se deseja”.

    “Mas sinto que o maior destruidor da paz hoje em dia é o aborto, porque é uma guerra contra a criança – uma matança directa da criança inocente – assassinada pela própria mãe. E se aceitarmos que uma mãe pode matar até o seu próprio filho, como podemos dizer a outras pessoas para não se matarem umas às outras? Como persuadir uma mulher a não fazer um aborto? Como sempre, devemos persuadi-la com amor, e lembramos que o amor significa estar disposto a dar até doer. Jesus deu até a sua vida para nos amar. Portanto, a mãe que pensa no aborto, deve ser ajudada a amar – isto é, a dar até que isso prejudique os seus planos, ou o seu tempo livre, a respeitar a vida do seu filho. O pai dessa criança, seja ele quem for, também deve dar até que lhe doa. Através do aborto, a mãe não aprende a amar, mas mata até o seu próprio filho para resolver os seus problemas. E pelo aborto, o pai é informado de que não tem de assumir qualquer responsabilidade pela criança que trouxe para o mundo. Esse pai é susceptível de colocar outras mulheres no mesmo problema. Portanto, o aborto apenas leva a mais abortos. Qualquer país que aceite o aborto não está a ensinar as pessoas a amar, mas a usar qualquer violência para obter o que querem. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto. ”

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    1. Concordo plenamente com o Alex Antunes
      Aborto delituoso

      Comovemo-nos, habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião.
      Homicídios que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais…
      Furtos espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância…
      Assassínios, conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinquência, erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forçado e em algumas nações a própria lapidação de infelizes é praticada na rua, sem qualquer laivo de compaixão.
      Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza…
      Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.
      Referimo-nos ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios filhos, asfixiando-lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da luz.
      Homens da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece o caminho!
      Fugi do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar em vosso próprio socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a torpitude do infanticídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta indesculpável que perpetrastes.

      Emmanuel, do livro Religião dos Espíritos, psicografado por Chico Xavier

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      1. Alex Antunes

        Caro José Valim, obrigado por seu apoio à minha opinião. Aproveito a oportunidade para citar um pensamento de um escritor: “Cada criança que nasce é uma prova de que Deus ainda não perdeu as esperanças em relação à humanidade. ” (Rabindranath Tagore)

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      2. Obrigada pelo comentário, José! Pessoalmente, sigo a visão do espiritismo. Mas não julgo as mulheres que acabam optando pela interrupção. Acredito num Deus bondoso, que não julga. Tenho certeza que ele não acha justo mulheres pobres morrendo porque um grupo de homens acha que o desespero delas é um crime. É um assunto complexo! Precisamos levar para as rodas de conversa.

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    2. Alex, esse assunto é muito complexo. A questão central é a injustiça da criminalização em relação às mulheres pobres. São elas que morrem por causa da clandestinidade. O que fazer nesses casos? Hoje, nenhuma mulher deixa de fazer aborto porque é ilegal.

      Entendo o ponto de vista das religiões e, como mulher, eu não teria coragem de interromper a gravidez. Entretanto, acredito que a escolha cabe a cada mulheres. Ninguém, além delas, poderiam julgar. Entende meu ponto?

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  3. Matheus Sette

    O aborto é uma realidade e um problema social para pessoas das mais diversas matrizes culturais e religiosas. Creio que o debate como feito pelo colega acima, baseado em dogmas e crenças particulares, é contraproducente e ultrapassado. Sou homem e apoio o direito das mulheres de decidirem sobre seus corpos.

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    1. Também sigo sua linha, Matheus. Embora, como mulher e fatores espirituais que acredito, não tenha coragem/vontade de interromper uma gravidez. Mas isso é uma decisão minha, as outras mulheres também precisam ter o direito de decidir.

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  4. Alex Antunes

    Prezados colegas, os temas polêmicos costumam gerar discussões calorosas. Mas esta não é a minha intenção. Estou aqui dando a minha opinião como católico, a pedido da Nicole, que quis saber a minha opinião sobre o tema.
    Acredito que opiniões contrárias podem tornar a discussão mais aprofundada, desde que mantido o devido respeito; digo isso não para acusar alguém de algum coisa, pois as discussões aqui são sempre muito educadas, mas para que desde já os ânimos não se alterem. Peço desculpas, por favor, se não soube me expressar de maneira mais branda.

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  5. Concordo com tudo que foi dito! Parabéns pelo texto lúcido, minha querida.

    “Nós acreditamos que Vidas Negras Importam, nenhum humano é ilegal, amor é amor, direitos das mulheres são direitos humanos, a ciência é real, água é vida, injustiça em um lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar.”

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      1. hudsoncapanema

        Tema complexo e polêmico! Entendo que as permissões legais previstas, atualmente, são justas! Nos demais casos, por mais que eu defenda e respeite os direitos das mulheres, estou do lado dos bebês! Toda vida importa!
        Reconheço a triste realidade das meninas pobres, na maioria, com menos de 14 anos, que são submetidas a abortos clandestinos, em condições precárias. Mas o caminho mais correto não seria proteger essas crianças e dar a elas a chance de serem simplesmente crianças? É natural que essas crianças de 13, 12, 11, 10, 9 anos engravidem? Mesmo que a lei permita e essas crianças tenham acesso às melhores condições possíveis para realizar o procedimento, e depois? Como ficarão as cabeças delas? Tudo é violência, a gravidez, o aborto e ter o bebê! E muitas vezes são vítimas de quem deveria protegê-las!
        Não julgo ninguém e respeito a opinião de quem pensa diferente, pois é assim que vejo a democracia!
        Mas concordo que alguma coisa tem ser feito, do jeito que está não pode continuar!

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      2. Precisamos mesmo fazer alguma coisa… então, os dados mostram que países que legalizaram o aborto teve o número de procedimentos reduzidos. Uma das razões é que essas mesmas meninas tem a liberdade para conversar com um profissional de saúde e até mesmo receberem alguma orientação, sem julgamentos. O número reduz porque as mulheres podem ter conversas com profissionais e entender até mesmo do que se trata esse procedimento, o que faz com que desistam. A estrutura está toda errada, muitas coisas precisariam mudar para que essas crianças e as outras mulheres não precisassem passar por situações de violência e vulnerabilidades. Tema difícil mesmo!

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  6. No campo da bioética, o aborto é um dos temas que mais gera controvérsias. Um detalhe, no entanto, é bem interessante: foi a ciência, no caso, a biologia quem deu argumentos dia, sociorreligioso/moral, contrário ao aborto. Basta buscar na história, e descobriremos que, por exemplo, na Idade Média, a vida só assim era concebida após o nascimento, portanto, o aborto sequer era questionado. Boa parte das mulheres morriam durante a gravidez e/ou no parto. Algumas nem sabiam que haviam abortado (não tinha pré-natal), e, ainda, havia um grande número de crianças, que morriam antes dos 5 anos. Em tempos de medicina ainda engatinhando, podemos imaginar como era a situação de mulheres e crianças. A biologia, entretanto, trouxe luz e (sombras) ao revelar que a vida começa bem antes do nascimento. Quando exatamente? Ainda existem discussões. ..

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    1. Essa questão da vida é muito interessante, Estevam! Lembro que já li algo a respeito sobre embriões congelados. O descarte seria um atentado à vida. No meu ponto de vista, a decisão e livre arbítrio é de cada um. Um dos pontos positivos da descriminalização é que os números começam a reduzir. As mulheres se sentem confortáveis para conversar com os profissionais de saúde e muitas vezes desistem ou recebem orientações preventivas.

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      1. A proibição pela proibição de nada ajuda… Pelo contrário, atrapalha muito. Levantei o aspecto acima, pois, quase sempre, se discute que a questão Religiosa e moral, tentam pautar as ciências, e, neste caso, a ciência, mesmo sem querer, acabou pautando a religião. Outro fator interessante, diz respeito, ao fato de as religiões, com exceções, se aproveitarem de descobertas científicas quando são do interesse delas , sem o devido reconhecimento, e, por outro lado, demoniza-la quando não é de seus interesses.

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      2. A cada dia que passa coloco menos fé em religiões… claro que faz bem pra muita gente, mas em grande parte do tempo oprime uma grande maioria com seus dogmas e verdades absolutas. O Deus que acredito não julga nem olha uma pessoa como boa e outra má… enfim! Precisamos conversar sobre tópicos também polêmicos.

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      3. Oh, sim, assunto instigante, precisamos conversar e estabelecer diálogos literalmente, dialogais… Seus questionamentos são de muita gente. Imagina eu que trabalho com ética e religião, filosofia e religião já há alguns anos, como estes questionamentos aparecem…
        Desde os 15/16 anos me fazia estas perguntas e colocava meu pai e minha mãe e mais tios, avo, de cabelos brancos com meus questionamentos… Fui para a Vida Religiosa, estudei, me tornei frade, sai da Vida Religiosa, estudei mais, estudo mais, fiz o mestrado e agora em breve (como já sabes) lanço meu livro com esta temática sobre minha visão de Deus, encontrada na obra de Levinas, mas, que também poderia ser Spinoza…
        Paz e Bem!

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  7. Eu respondo apenas pelos meus princípios, não posso decidir pelas mulheres que passam por este conflito. Como bem disse, Nicole, a razão para a não descriminalização ampla perpassa pelo fator econômico, porque não há preocupação maior que ultrapasse as perdas ao mercado clandestino.

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      1. Não sei se me expressei bem… Concordo com você! O que penso é que elas precisam desta liberdade que não cabe a mim julgar porque não passei pelo conflito.
        Tudo é tão complexo que cabe a um plebiscito ou referendo tamanha decisão que votaria pelo sim.

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      2. Meu sobrenome é equívoco😥
        Venho me retratar de tamanha viagem que fiz. Agora compreendo, o seu chamado é para o diálogo!
        Perdoie-me a confusão, Nicole. Precisamos sim falar sobre e dar as mulheres o poder de escolha.

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  8. Eu acho que só faria um aborto por estupro, má formação. No entanto, exatamente pelas razões que você citou sou “completamente a favor de uma lei que não penalize o aborto”.
    Sou tb a favor de uma política séria e honesta de prevenção para a gravidez indesejada para mulheres e homens (!!), mas mesmo que essa política existisse, eu seria a favor da lei da despenalização ao aborto. É preciso pensar no outro. Vc tem o direito de fazer ou não, mas a lei deve existir.

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    1. Olho exatamente como você! Não cabe a ninguém julgar a escolha do outro, cada um sabe da própria história. Fora que a criminalização é uma forma de fechar os olhos para algo que na verdade acontece (e muito!). Obrigada!

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  9. Esse é um dos assuntos que eu acho que não consegui evoluir o suficiente para não me irritar com os absurdos que escuto por aí. Não sei o que mais me chateia, se são os homens querendo decidir por nós ou se é a religião imposta a todos, como se todos seguíssemos a mesma religião. O Estado é laico na teoria, mas na prática não é bem assim que funciona.
    As pessoas confundem as coisas, legalizar não significa fazer, significa ter o direito de escolher.
    E eu acho “engraçado” que quando surgem essas discussões a maior parte das pessoas chega argumentando e até acusando como se a pessoa que é a favor da legalização estivesse alegando que é a favor do aborto. Eu não conheci tanta gente na vida, mas acho que ninguém é a favor do aborto, a discussão é outra. Para falar a verdade eu acho que ninguém nem imagina se realmente conseguiria fazer um aborto caso algo acontecesse. Eu mesma, não me imagino jamais escolhendo isso, mas quem é que sabe o dia de amanhã? São muitas variáveis, vidas e pensamentos diferentes. Não acho justo generalizar uma condição e querer decidir por todas. Isso que eu nem entrei em outros pontos, como você bem falou de condições de classe e raça, fora o aborto paterno que é algo que quase ninguém discute (me parece muito mais cruel que o aborto em si), ainda os métodos contraceptivos que parecem ser quase exclusivamente responsabilidade da mulher, e até sobre estupros. Se existisse metade da preocupação da violação a vida que mulheres estupradas sofrem assim como se preocupam com a vida do feto o mundo já seria um lugar bem melhor (não estou escolhendo importâncias maiores ou menores aqui, apenas dizendo que não faz sentido nenhum ser pró vida de bebês e pouco se lixar para a vida das mulheres). Esse discurso de ser a favor da vida é bem seletivo, vidas bastante específicas realmente importam nesse mundo que vivemos.
    O caminho, na minha visão, é o mesmo de sempre, acesso a educação, a proteção, a profissionais de saúde etc.
    O caminho ainda é longo, mas o barulho tem surtido algum efeito. O jeito é continuar lutando.
    Desculpe pelo desabafo, acho que me empolguei um pouco 🙂

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    1. Nossa, Gabi!! Arrasou!!! Lembrou bem do aborto paterno, a responsabilidade fica sempre com a mulher. E o tanto de feminicídio que a gente vê acontecendo e ninguém fala nada? Sou da mesma linha de que apoiar a legalização não tem nada a ver com apoiar aborto, acho que esse discurso é pra tentar legitimar. Nós já estamos sem paciência, acho que em breve começam movimentações mais firmes!! Vamos torcer! Obrigada demais 🌻

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      1. Nossa nem me fale, não sei se tem ficado pior ou se a mídia da mais atenção agora e por isso parece ficamos sabendo de mais casos. Mas é absurdo 🤦🏼‍♀️
        Vamos, Nic!
        Beijão 😘🌺

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  10. Um tema extremamente delicado, acredito que é um problemas com muitas nuances, por exemplo. Creio que é incoerente ser contra pena de morte por crime a favor do aborto, creio que apesar de eu não gostar muito da ideia, seja necessario aprova-lo para deminuir a miseria. Mas em contrapartida, se um ser inocente que provavelmente viria ao mundo teve seu direito negado , pois provavelmente teria uma vida miseravel, creio tambem, que individuos que estão a margens da sociedade, no sentido de oferecer risco imediato ou eminente a vidas inocente, deveria sim deixar esse mundo, em razão de manter a segurança de inocentes. Parabens pelo post, é um ponto de vista interessante, pautado em dados estatisticos.

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    1. Olá, Fael! Seja bem-vindo! Eu sou contra a pena de morte e a favor da descriminalização do aborto (o que não quer dizer que apoio aborto). Levo pra vida de que cada um sabe da própria história, seus ônus e tem direito de escolher quais caminhos seguir. Assim como acredito que não podemos fechar os olhos para aqueles que, infelizmente, vivem em situações de vulnerabilidade. Muito obrigada pelo comentário! 🌻

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      1. Entendi teu ponto, mas coloquemos em termos praticos, um exemplo hipotetico: um feto/bb como queira chamar… tem sua gestação interrompido por questões de miseria, mas se o estado nao tem condições de ajudar a mãe da criança ou possivel criança, a vim ao mundo com dignidade , como ele ter condições de garantir a subexistencia durante 20/30 anos de um condenado por crimes horrendos? Entende que de certo modo o mau feitor tem privilegios?

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      2. Já parou pra pensar que a maioria dos condenados que estão nas cadeias brasileiras são negros e pobres? E vítimas dessa sociedade injusta e que deseja mais que eles sejam? A mesma “sociedade” que se diz totalmente contrária ao direito da mulher de escolher interromper uma gravidez.
        O discurso “pró vida” só vale enquanto o bebê é um feto? Depois que sai da barriga não importa mais lutar para que ele tenha direito à uma vida decente e, provavelmente, não seguir no caminho da criminalidade?
        Nossa sociedade é um tanto hipócrita. Não acha?

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  11. Ao contrário do que dizem, não vejo nada de grave e conflituoso nesse tema. Apenas acredito que é uma questão discutida por pessoas erradas há tempos.

    Geralmente são homens abordando o tema e sempre a partir de um mesmo argumento: a religião, pautada por homens.

    Penso que se o homem engravidasse… não haveria discussão porque o corpo é do homem e ele decidi o que fazer, quando e como. Assunto resolvido.

    Me incomoda essa mania de impor as mulheres uma espécie de controle, quase uma punição por ter feito sexo, sem cuidados.

    Gravidez não deve ser punição porque alguém fez sexo.

    Sou a favor da legalização do aborto e sou a favor de que a mulher ao ter uma vida sexual ativa, tenha o Direito a decidir o que fazer e com segurança. Ninguém deveria ser obrigado a ter um filho apenas porque engravidou.

    Penso que precisamos entender que a gravidez não faz da mulher, uma mãe. É preciso mais. Carregar um feto dentro do útero por nove meses não basta. Pode ser que para algumas, que planejaram-desejaram seja o bastante. Mas para quem se descobre grávida… e precisa se acostumar a idéia e a tudo que vem com a gravidez, seja preciso muito mais.

    Um filho que nasce do desejo e da vontade de ser mãe é uma coisa. Um que nasce apenas porque se foi obrigado a te-lo não é a mesma coisa. Precisamos parar de romantizar a gravidez.

    Eu já acompanhei amigas ao médico e uma vez pago o valor definido, nada lhes aconteceu. O problema é para quem não tem tal possibilidade e acaba recorrendo aos denominados carniceiros.

    E vale lembrar que o próprio corpo da mulher aborta… e é comum, muito mais do que se pensa ou fala. Estima-se que 1 em 4 gestações sejam interrompidas dessa maneira. E em alguns casos, é traumatizante.

    Acho importante abordar a questão e dar voz as mulheres.
    Até porque aos homens, basta dizer “esse filho não é meu”, dar e ombros e continuar com suas vidas. Não deixa de ser uma forma de abortar também e bastante praticada desde sempre.

    abraços cara mia e grata pelo diálogo

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    1. Maravilhoso, Lunna! Nós – mulheres – temos que falar. Já não aguentamos mais homens, geralmente acima dos 50 anos, decidindo sobre os rumos das nossas vidas.

      Tem que tem equilíbrio. E outro ponto que me incomoda MUITO é o discurso pró vida que depois quer punir crianças e adolescentes pobres sem ter nenhuma empatia sobre suas origens e vulnerabilidades sociais.

      É mais fácil apontar o dedo, impor uma opinião e fechar os olhos para todo o resto. Quem tem dinheiro paga pelo procedimento, como vc disse. Enfim, é necessário conversar.

      Obrigada pelo diálogo! Estamos juntas!

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