Consumismo: um caminho sem fim

Era uma estrada linda repleta de árvores e céu azul. No meio da natureza, muitas mansões, daquelas dos filmes de Hollywood. Cinco carros na entrada, mais de quinze janelas e portões altos. Além de pensar sobre como deve ser difícil limpar um casarão desses, imaginei como as pessoas se comunicam lá dentro.

Uma hipótese seria o clássico grito, mas não sei se eles são adeptos a falar alto. A outra seria enviar mensagem pelo celular: “fulano, vem aqui na segunda cozinha”. “Ok, vou tomar um banho no quarto banheiro e em dez minutos estou aí”.

Brincadeiras à parte, pensei sobre dinheiro. Uma vez conversei com uma amiga, que tem visão de mundo parecida com a minha, e disse que não sabia o que mudaria na minha vida se ganhasse muito mais dinheiro. E ela respondeu: “ah, o que mudou na minha vida é que posso comprar as passagens de avião à vista”.

Bem lembrado! Isso que mudaria na minha vida também, não precisaria dividir no cartão em cinco vezes sem juros. Voltei a lembrar das casas e do quanto somos levados pela lógica do consumo. Mais dinheiro significa trocar de carro todo ano, comprar lancha, comprar mansão, comprar coisas para preencher a mansão, comprar roupas de marca, comprar mais, mais e mais. É um caminho sem fim.

Mais uma memória chegou aqui. Uma vez estava na praia, bem novinha, e uma menina perguntou por que em todo verão eu estava com o mesmo short já que meus pais poderiam comprar um novo para mim. A única coisa que consegui responder é que eu gostava daquele short.

O que mudaria na sua vida se você tivesse mais dinheiro?

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Foto autoral. Rosa e amarelo, a combinação perfeita / abril, 2021.

24 comentários sobre “Consumismo: um caminho sem fim

  1. Nicole,
    Fiquei pensando na sua pergunta…
    Recentemente fui a Portugal passar um mês com minha filha (paguei a passagem em 6 vezes hahaha) e, por conta do agravamento da pandemia, acabei ficando 5 meses. Com a mesma mala , as mesmas roupas e sem sentir falta de nada.
    Como temos coisas inúteis!
    Me recordo do filme Dança com Lobos onde os índios são nômades e seus bens são limitados ao que conseguem carregar nas costas. Nós para uma mudança precisamos de caminhões ou containers de coisas…
    Obrigado por proporcionar este tipo de reflexão tão relevante.
    Abraços e, se quiser, volte ao tema outras vezes.

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    1. Que legal, Antônio! Estou vivendo uma experiência similar a sua! Estou fora de “casa” desde novembro e com uma mala de 10kg!

      Não sinto falta de nada e nem lembro direito o que tenho.

      Obrigada pela presença! Esse tema faz a gente repensar nosso modo de viver (tentando ser mais sustentável). Abraços pra você!!

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  2. Não mudaria muita coisa. Acho que dinheiro em excesso só prejudica. A pandemia mostrou-nos que podemos ser felizes com muito menos. A minha filha também veste sempre as mesmas camisolas e os mesmos ténis porque são os que gosta mais. Adoro a foto Nicole! 💖 Lembra-nos que as coisas mais bonitas e importantes não têm preço.

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      1. Concordo Nicole! 👏👏👏 Quanto mais dinheiro têm mais querem ter. Os meus filhos aprenderam que dinheiro faz falta, mas que a felicidade não se compra. Adoro a sua frase “quero é viver!” 😊 Beijo. 💚

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  3. Comprava uma casa, porque fica uma prestação mais barata do que quando é alugada. E tirava férias mais vezes porque viajar enriquece a alma… e mais livros porque amo ler!
    Mas de resto, acho que não mudava mais nada. Tudo o resto é bem dispensável. É uma boa reflexão esta 🙂

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  4. Adorei o texto! Sabe que se eu tivesse mais dinheiro assim do nada, caído do céu eu não mudaria quase nada mesmo, ficaria somente mais tranquilo pra ir vivendo. Talvez o que mais me pega é a pressão para ter o dinheiro para as coisas básicas e a pressão geral de ter que ser agressivo, um sucesso, arrojado, sabe? Essas estranhas e violentas formas de se conseguir as coisas. É isso 🙂

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    1. Fico feliz por ter gostado do texto e por te ver aqui! Essas estranhas e violentas formas vejo como fruto dessa lógica de competitividade predominante no sistema que vivemos. Não apresentam pra gente as formas colaborativas e sustentáveis de fazer dinheiro, apenas aquelas relacionadas a produzir mais e melhor. Enfim, viajei ou fez sentido? 🙂

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  5. Bruno Morais

    Passagens a vista é um luxo possível pra uma vez ou outra, toda vez eu acho que me sentiria até mal, uma culpa social talvez rs mas com certeza arrepia só de pensar, que alívio!

    Com certeza seria mais filantropo e conseguiria juntar minha família e amigos mais vezes, cozinharia mais e oferecia mais comidas & bebidas diferenciadas. Almejo. Chego lá!

    E pra uma pessoa que na sua juventude naiv tatuou ‘wanderlust’ no peito nem preciso dizer que teria muito mais colegas e amigos que tenho hoje, por aí! 😀 Beijos.

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