Verão amazônico

Anos atrás, tirei uma foto no arrastão do Pavulagem, evento tipo bloco de carnaval que acontece no mês de junho em Belém, e enviei no grupo da família do WhatsApp. Minha prima respondeu: “nossa, parece que você está em outro país, aqui no Rio está frio”.

E eu de short jeans, camiseta, chapéu de palha com as fitas coloridas e um sol de rachar a cabeça. Com o passar do tempo, fui aprendendo que o verão amazônico não é em janeiro. A época da seca, que vai de junho a setembro, é o verão da região Norte do Brasil.

Com a redução das chuvas, o pessoal começa a lotar as praias e as férias mais esperadas pelas crianças são as de julho. O meu janeiro era o julho do Pará. Achava curioso os convites para passar o final de semana em Salinas, Marajó e Algodoal começarem a chegar só no final de junho, porque o calor é no ano todo. E que calor!

Mas as chuvas realmente ficam mais escassas. Elas ditam o ritmo das coisas na Amazônia: Alter do Chão atinge o auge da beleza com lindos desenhos da praia de água doce durante o verão amazônico; algumas escolas de comunidades ribeirinhas têm o calendário diferenciado devido às cheias e às vazantes dos rios.

A vida no Norte parece seguir suavemente a natureza. É tão diferente. E não teria como ser de outra forma na região onde encontramos a maior bacia hidrográfica do mundo e a maior biodiversidade do planeta. Pena o desmatamento e a devastação estarem destruindo tanto.

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Foto autoral. Igarapé de Castanhal / Julho, 2021.

5 comentários sobre “Verão amazônico

  1. O Brasil é formado por muitos micro cosmo. O Norte do país realmente parece outro país, bem diferente do sudeste. Tenho sentido um aperto no coração diante de tamanha devastação de nossos verdes. Tão necessários ao equilíbrio climático.Tenho medo do que nos aguarda no futuro.

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