Eu sou a pessoa que ia para as festas de vestido longo, rasteirinha e pouca maquiagem, enquanto minhas amigas estavam lindas com saias justas e salto alto. Também sou a pessoa que vai ao salão fazer as unhas apenas quando dá na telha ou quando tem alguma ocasião especial.

Os momentos em que eu mais tentava “me arrumar” eram quando trabalhava no ambiente corporativo, antes da pandemia, porque colocar salto, domar os cabelos e usar roupas mais formais faziam com que os olhares para mim fossem menos de “menina”. Mas meu esforço era em vão, seguia sendo de menina.

Uma coisa que sempre tentei me esquivar é do discurso de ficar assim ou assado para atrair homens. Acho engraçada essa ideia de que as mulheres quando saem estão buscando homens. Tem muitas que só querem tomar uma cervejinha com os amigos, cantar um samba, gargalhar e contar histórias.

Eu tenho um amigo de Brasília que adorava me dar conselhos – que eu não pedia – sobre como me vestir para arrumar namorado. A que mais me fazia rir era a calça de couro e botas quando chegava o inverno. Tudo bem que carioca quando sente frio de vinte graus já coloca cachecol e touca, mas aí já era demais para mim.

Primeiro que nunca usei calça de couro e já imagino aquilo me apertando. Segundo que cada um gosta do que quiser. Eu, por exemplo, não vejo nenhuma graça em homem marombado que come batata doce e frango todo dia. E vou te falar: tem homens maravilhosos que não estão nem aí para calça de couro.

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Foto autoral. Flor na Amazônia / Julho, 2021.