A saga do Inglês

Cada pessoa tem sua história com cada coisa. Hoje, quero contar a minha com o Inglês. Tudo começou quando eu tinha por volta de uns oito anos. Minha mãe me matriculou em um curso que ficava longe de onde morávamos. Era trem cheio e caminhadas. Ela precisava esperar a aula acabar para depois ir para o trabalho.

E eu detestava ir para o curso de Inglês. Talvez daí tenha nascido meu “trauma” com longas distâncias, transporte cheio, trânsito. Depois de um tempo, abriu o mesmo curso na Baixada Fluminense, onde eu morava, e ficou mais fácil ir e voltar para as aulas. Trem vazio, ônibus vazio. A Nenete e meu avô revezavam para me levar.

Sem dúvidas, absorvi conteúdo dessa época, mas bem fraco. Eu não sentia conexão nenhuma com o Inglês, o máximo que eu fazia era tentar traduzir as letras dos Backstreet Boys. Meu olhar para o Inglês tomou consciência anos depois, quando comecei a viajar e a conhecer pessoas de outros países. Parece que foi nesse momento que o Inglês passou a fazer sentido na minha vida.

O problema é que eu ainda não conseguia me expressar, só ler e falar o básico. E também tinha preguiça de retomar os estudos. Até que um dia, morando em Belém, voltei para o curso de Inglês como forma de conhecer gente e ocupar meu tempo. Logo depois acabei mudando para Brasília e foi aí que o negócio ficou sério.

Na terra dos ipês, tive a sorte e o privilégio de conviver com pessoas bem mais – digamos – avançadas do que eu, tanto no Inglês como profissionalmente. E isso foi me puxando para cima e me inspirando a querer chegar perto delas. Se elas davam conta do Inglês, por que eu me sabotava? Fiz aula online, assisti vídeos gratuitos, encarava as leituras que apareciam, assistia filmes com legendas em inglês. E assim fui naturalmente me soltando sem nem saber para onde a vida estava me levando.

Um beijo,

Nicole 💜

Foto autoral. Azul da cor do mar / abril, 2022.

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