Uma mensagem tem repetidamente aparecido para mim. Ela chega de diferentes maneiras, porém sempre com a mesma ideia: falar de Deus. Falar de fé, falar de Jesus. O estranho é que isso me causa certo desconforto.

Não sei se é porque não me identifico com algumas crenças como “todos precisam ter filhos”, “não beba álcool”, “quem faz isso ou assado não está no caminho de luz”. Eu não acredito em nada disso. Não acredito no Deus que julga, acredito no Deus que ama.

Um dia postei nos stories do Instagram um “obrigada, Deus” e um amigo comentou que gostou de ver que eu estava espirituosa. Fiquei surpresa. Eu sempre fui espirituosa, mas talvez por respeitar cada crença (ou não crença) eu guardo minha fé para mim.

O que mais fiz quando estava grávida foi sentar de joelhos perto da cama e pedir proteção, saúde para mim e minha filha e um parto seguro. Se não fosse o apego à minha fé, tenho dúvidas se teria tido uma gravidez tranquila. Rezar era meu porto seguro, minha fundação.

Não tinha família perto, estava enfrentando um sistema de saúde complexo e pouco humano, profissionais de saúde falando uma língua diferente da minha, consultas de 10 minutos, informações que eu só recebia se perguntava. Mas eu tinha minha fé. Me vi com medo várias vezes? Sem dúvida.

Só que eu sentia que não estava sozinha. Eu tinha certeza, dentro de mim, que tudo ficaria bem. Nos momentos de angústia, eu também caminhava até um cantinho que encontrei sem querer perto de casa: Nossa Senhora de Guadalupe dentro do estacionamento de uma igreja.

Eu vi quase todas as estações passarem pela árvore que dá sombra à Nossa Senhora. Vi a ausência de folhagem durante o inverno, vi a chegada das flores brancas na primavera. É uma árvore linda. E eu ainda vou lá agradecer sempre que consigo uma pausa.

Deus tem planos diferentes para cada um de nós. E isso é tão bonito. Depois continuo essa conversa, a Maria acordou.

Com amor,

Nicole