Querido Universo, hoje quero falar com você sobre meus delírios.

Um é que todas as crianças e os jovens, sem exceção, tenham acesso a uma educação de qualidade. O outro delírio é sobre a vida: ninguém deveria tirar a vida de outro ser humano. Nem encorajar violência. Deliro com o dia em que todas as pessoas com orientação sexual diferente da minha possam viver suas vidas em paz, seguras, livres.

Ah, não posso esquecer de nós, mulheres. Também tenho o delírio de não perdermos nossa vida apenas por sermos mulheres. Deliro com o fim da violência doméstica, com nossa presença em cargos realmente decisórios. Quero que tenhamos direito de escolha sobre nosso corpo, nossa carreira, nossa vida.

Universo, eu também tenho delírios em relação à preservação e à proteção de nossas florestas, matas, animais, cachoeiras, praias e tudo aquilo que você entregou pra gente cuidar. Que a ciência, a educação e a saúde sejam os maiores recebedores de investimento. Que a desinformação desapareça. Que todos tenham comida no prato.

Que indígenas possam viver em segurança nas suas terras. Que negros e negras ganhem mais e mais espaços para contarem suas histórias. Tem mais um que não posso deixar de lado, Universo: seria lindo se todas as pessoas começassem a abrir seus horizontes e a olhar o mundo para além dos próprios umbigos.

Ah, Universo, poderia ficar aqui conversando o dia todo. São tantas coisas. Como eu gosto de delirar, não é?

Quais são os seus delírios?

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Foto autoral. Nascer do Sol praiano / maio, 2021.