Por que julgamos?

A boca fala do que o coração está cheio. Algo que tenho exercitado nesse período de quarentena/pandemia é julgar menos. E isso vale para qualquer coisa: desde algum colega de trabalho até a pessoa que sai sem máscara na rua.

Tenho sentido certa crueldade com os julgamentos das redes sociais. É muita gente ocupando lados extremos, de 8 ou 80, e levantando opiniões firmes sobre o que é desconhecido. Se é pesado para quem está só observando, imagina para quem recebe a crítica.

Tem pessoas que têm depressão, outras sofrem com a síndrome do pânico, algumas estão com problemas familiares, enfim…

Levantar verdades sem dar o espaço de fala ao outro é perigoso. Aí que começam as injustiças. A forma com que julgamos e o que julgamos fala muito sobre o que temos dentro de nós. É amor? É alegria? Ou é inveja? Frustração?

Confesso que é difícil não julgar aqueles que pensam ou agem diferente de mim, mas é uma mudança que estou buscando. Antes de apontar o dedo para o outro, comecei a olhar para meu mundo interior. Por que estou julgando? Se for para criticar, que seja partindo da empatia, da vontade de desejar o bem e com afeto.

De coisas cinzentas o mundo está cheio. Vamos compartilhar um arco-íris de cores?

Foto autoral. Mais flores de Brasília / Julho, 2020.

37 comentários sobre “Por que julgamos?

  1. Interessante que você usa bem um pensamento que tenho sobre transformar tudo que for cinza em cores, porém sou sim um julgador não para destruir o semelhante mas muito da atitude que muitos tomam sem se importar com o todo. Tenho um poema que fundamentaliza isso ” MESMO SIMPLES AINDA SOU O PLURAL”, penso que o julgo consciente clareia uma visão mas ampla, enfim somente lendo meus poemas e principalmente os críticos que irá entender bem o que defendo. Ótimo texto reflexivo.👍😉

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    1. Obrigada pela presença, Kambami! Concordo com você que o julgar de forma consciente pode clarear… quando a crítica tem empatia, amor e entendimento de que as pessoas tem tempos distintos. E lerei seus poemas! Gostei da cotação sobre simplicidade, publicarei um texto sobre isso. Abraços e volte sempre! 🌷

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  2. E isso aí, nem 8 nem 80. Nicole, gosto da cor cinza também. Até o carro que avisa que vai chover. (Celta cinza). Chover em alguns lugares do nosso país é muito bom. Viva todos os tons de cinza que apesar de não ser uma cor do arco-íris, é uma cor também. Viva o seu texto também que sempre deixa sobressair o amor. Mais uma vez, parabéns.

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    1. VEM comigo!

      Por que julgamos?
      Bem, essa é uma questão que requer muitas respostas. A primeira, talvez porque ao longo de toda nossa vida, nos construímos valores, e muitos destes, acabam fazendo ” jus” as nossas ações.

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  3. miragem da objetividade

    “Levantar verdades sem dar o espaço de fala ao outro é perigoso.” Cirúrgico e necessário. Boa noite Nicole, gostei muito do seu posicionamento, é brando e de bela postura. Partir de trabalhar algo em si que pode, num trabalho de formiga, trazer o estopim que o outro precisa pra reconectar sua empatia. Que muitas vezes a perdemos, por não vermos, lermos ou vivenciarmos exempos, essa filosofia de seu texto me preenche, sejamos melhores no que podemos! Um ótimo final de semana.

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  4. Acho que você está certíssima, mas é muito difícil. Principalmente agora, que estamos com as emoções a flor da pele por causa da pandemia e tudo que veio junto com ela.
    Mas o jeito é ir tentando e ir aprendendo com os nossos erros e com os dos outros também, que no fim fica melhor para todo mundo!
    Bom fim de semana e continue se cuidando, bj 😉

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  5. Mariana Gouveia

    A vida é tão curta e difícil que devemos aproveitar cada instante. Hoje, é muito complicado dar sua opinião e não ser massacrada nas redes sociais. Enfim, temos senso de juiz e grande parte quer que sua opinião seja única e ponto.
    Que consigamos encontrar o equilíbrio.

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  6. Renata Rodrigues

    Eu vou mais além do julgamento precipitado…acho que as pessoas estão se deixando levar pelo tão crucial sentimento chamado preconceito..o que juntamente com o julgar se tornam chagas da humanidade..bombas que machucam qquer pessoa…tbm escrevi algo sobre o nao julgar ao tempo atras…lembrando que hj em dia temos que tomar mto cuidado com o que publicamos…comentamos enfim….mto triste…eu sei bm o que e o preconceito…mas o negócio e nao pagar o mal c o mal eu sei e tarefa dificil…mas façamos e desejamos o bm pq isso nos traz recompensas ao coração que nada paga e a paz de espírito ao deitar a noite que acalenta a alma…Boa noite e fiquem todos c Deus…

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    1. Que lindo, Renata! É muito bom ver almas boas como a sua! Temos que distribuir flores quando alguém é injusto conosco. A vida traz resposta para quem é cheio de preconceitos, nem precisamos fazer nada. Uma hora o aprendizado chega. E a mais bela resposta que você pode dar é seu sorriso de felicidade. Pobres são eles, né? Beijos, querida 🌷

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  7. Somos “juízes” por natureza, é inerente ao ser humano. A questão, para mim, é a ruptura que houve em determinado tempo em, para ficar apenas em um exemplo, entre julgar e liberdade de expressão. Em nome da liberdade os julgamentos correm soltos e o que é trágico em nível coletivo é a sua naturalização. A ausência de um nível de consciência coletiva faz com que isso se agrave. Todavia, penso que há gente de grande força moral, ética e de integridade que está criando condições para a formação de novas gerações comprometidas com valores essenciais para a sociedade (Educação, Cultura, Segurança, Saúde, etc.). Muito rica tua reflexão. Um abraço fraterno. ☮️

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    1. Tem vezes que parece uma liberdade desgovernada sem respeito ao outro. Muito boa sua análise! Também tenho esse sentimento de que há pessoas trabalhando contra esse fluxo e que podem trazer bons resultados para a sociedade. Pode ser que demore, mas vai chegar. Sempre bom vê-lo por aqui. Abraços 🙂🌻

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  8. Muitas vezes penso nesta questão, e a Nicole trouxe uma boa reflexão.
    O ser humano é julgador ou critico na sua essência, é um bom ponto de vista. Será que julgamos porque não sabemos ouvir, por não sabermos questionar ou por apenas conhecermos muito pouco? Sinto-me sempre mais inclinada para a ultima.
    Depende do julgamento, se construtivo ou apenas um juízo de valor baseado nas nossas, e apenas nossas experiências. Um julgamento construtivo, pode levar ao debate e, fazer com que se siga em frente e se alcance já juízo de valor já não nos faz mover muito especialmente se acharmos que a nossa verdade é a única e as restantes não são correctas.
    Isto será sempre e apenas a minha humilde opinião, não uma verdade absoluta.
    Uma boa semana e um abraço.

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    1. Adorei a expressão “julgamento construtivo”, Irina. É similar ao que imagino ser uma crítica com empatia. A gente julgar/criticar, mas com ouvidos para ouvir o que o outro tem a dizer. E nessa troca, quem sabe, até mudar a nossa visão inicial.

      Quando já temos um juízo de valor, ficamos cegos nas nossas próprias ideias e queremos apenas expor nossa opinião em relação ao outro, não importa o que ele diga ou faça.

      Obrigada por fazer parte da reflexão! Esse bate papo só ajuda a expandir nossas visões. Abraços, querida! Ótima semana!

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  9. Pingback: Por que julgamos? – Poeta: Ademildo Teixeira Sobrinho

    1. Não tinha pensado por esse lado, realmente tem a ver. Julgamos porque partimos da ideia de que somos ou estamos em situação melhor. O que provavelmente não é verdade, porque você não se incomodaria com o outro. Obrigada pela presença! Apareça mais 🌻

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  10. Eu não julgo comportamentos desde que percebi que repetia o outro ao fazê-lo. Mas gosto de discordar do que ouço. E mais ainda de não aceitar o que me oferecem. Estou sempre disposta ao diálogo, mas hoje em dia está difícil porque tomo mundo quer estar certo e eu sempre tive preferência pelo outro lado. Estar errado é mais simples, aprende-se mais, permite-se mais e abre espaço para novas possibilidades.
    Na semana passada, uma discussão falava a respeito das máscaras. Alguém disse que faz mal usar e não resolve nada. Todo mundo esbravejou e partiu para o ataque e eu só queria saber a origem daquela opinião. Como surgiu ali e se estabeleceu. Mas com todo o ataque, perdi a oportunidade. Soube depois que a pessoa tinha visto um vídeo, de uma suposta cientista que a convenceu. A maneira como se posicionava e explicava, sem gritos ou alardes foi o que o convenceu.

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    1. Seu comentário é exatamente o que escrevi sobre os extremos. Adorei o “estar errado é mais simples”, porque assumimos que não somos perfeitos e que temos sempre o que aprender. O exemplo da opinião sobre as máscaras é perfeito. Se ele tivesse conseguido falar, vocês poderiam ter tido uma troca muito frutífera. Uma pena a conversa ter se perdido nos gritos…

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  11. Pingback: Care me! – Um canceriano sem lar.

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