Palavra difícil que diz o simples

“Nic, já leste alguma vez sobre indulgência?”, um amigo de Belém me perguntou. Sei que tem a ver com caridade e perdão, mas nunca parei para analisar direito. Ele disse que fazia sentido meu raciocínio, mas que seria algo mais relacionado à oração do Pai Nosso, no trecho: Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

O ponto central do questionamento dele era a atual cultura do cancelamento. Falou um negócio meio torno? Está cancelado e receberá uma enxurrada de julgamentos. E qual a lógica dessa palavrinha difícil? Peguei o Evangelho Segundo o Espiritismo e, acredite, abriu exatamente no capítulo 10. Uma citação que resume bem é:

“Indulgência não se ocupa jamais com atos maus de outrem, a menos que seja para servir, e tem ainda o cuidado de atenuá-los tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem censura nos lábios, mas somente conselhos, o mais frequentemente velados.”

A palavra é pouco usual, mas que significado lindo. E de difícil prática. Estamos em um momento tão esquisito. Pisando em ovos, ninguém pode errar, culto à perfeição. Como viemos parar nisso? Tem situações que são cruéis. Foi um presente receber essa mensagem e ler esse capítulo, o livro estava há dias estacionado do lado da cama.

Uma última citação para acalentar o coração de vocês também: “Sede indulgentes, meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, reergue, ao passo que o rigor desencoraja, afasta e irrita.”

Hoje senti vontade de enviar um abraço virtual apertado a todos vocês. Obrigada!

Foto autoral. Flor da casa da minha vó / Rio de Janeiro, 2020.

27 comentários sobre “Palavra difícil que diz o simples

  1. mariogordilho

    Excelente link! Indulgência e cultura do cancelamento. Ano passado, jantando no Rio com um primo querido, praticamente irmão, pois somos de idade parecida e crescemos juntos, ele me disse algo que me deixou estarrecido, que tem a ver com a cultura do cancelamento e o ódio político que se instalou no Brasil e só cresce desde as eleições de 2006, numa relação de retroalimentação estilo bola de neve. Conversando sobre democracia, disse a ele que o atual presidente nunca ganharia meu voto, pois ele defende valores que não são os meus. Contudo, entendo que as 57 milhões de pessoas que votaram nele têm todo o direito de se expressarem por meio do voto, ainda que a maioria professe valores que me causam asco. Afinal, democracia é isso, a alternância de poder faz parte do jogo. A resposta dele foi: pois eu discordo, acho que todas essas pessoas precisam ser caladas, pois estão erradas, deveriam ter o direito de voto cassado. Se democracia é isso, então ela não serve pra mim. Daí retruquei: mas qual seria o critério desse cancelamento de um direito básico do cidadão? simples, quem vota na direita deveria perder o direito a voto, pois votam errado. Fiquei sem resposta a partir daí, e essa conversa de mais de um ano não me saía da cabeça, pois foi dita por uma pessoa que admiro demais. E aí volto para a indulgência. Eu não tenho o direito, e nem devo, censurá-lo por isso. É uma forma de pensar, ainda que radical, mas é dele. Está no seu livre arbítrio, no seu grau evolutivo, que pode ser até superior ao meu (e deve ser, pois ele é uma pessoa bem melhor do que eu). E pensei em quantas coisas eu já não devo ter dito a ele que o chocaram também. Pronto. Mal estar desfeito. A indulgência é um santo remédio, e seu texto me fez refletir sobre isso. E voltando à cultura do cancelamento, li hoje uma entrevista com Gay Talese sobre esse tema que gostei muito, vou dar um jeito de te enviar, mas é uma matéria fechada para assinantes do Globo. Acho que vai te interessar. A entrevista me remeteu a uma pretensa frase de Voltaire, que depois descobri que foi uma interpretação de sua biógrafa de outra frase semelhante sua: “Discordo do que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”. A cultura do cancelamento é um retrocesso da humanidade. Tomara que cancelemos o mais rápido possível esse mal. Valeu, Nicole!

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    1. Muito bom esse exemplo, Mário!!! E você encerrou com chave de ouro. O outro deve continuar livre para falar. O que seria da humanidade se todos pensassem da mesma forma? Não aprenderíamos nada. É na conversa que a gente aprende. Adorei sabe demais sobre indulgência, não tinha parado para ler antes.
      É o que falei hoje com esse amigo que sugeri o tema: nós não somos perfeitos e seguiremos julgando. A chave do negócio é o que pensamos após o julgamento e qual nossa forma e julgar. É bem complexo porque é o que você sempre diz sobre cada um estar num processo evolutivo e no próprio tempo de ver as coisas. O que não quer dizer que somos mais ou menos evoluídos. Cada um tem seu caminho e sua história.
      E tenta me enviar a matéria sim, por favor. Boa semana!!!

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      1. mariogordilho

        me passa seu email, por favor. A matéria é grande para Whatsapp. Vou aproveitar e te enviar também uma coluna da newsletter do Pedro Doria, Canal Meio, você deve conhecer, sou fã e assinante também. É sobre o mesmo tema, comentando as demissões no NYT e no Times.

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  2. Hudson

    Assunto complexo e difícil de comentar, Nicole! O que eu entendo de Indulgência, para os católicos, e posso estar errado, é que vai além do perdão dos pecados, que é concedido pelo padre no ato da confissão. O padre perdoa os pecados e a indulgência apaga as consequências dos pecados! Mas o que importa é que para haver perdão e indulgência tem que haver o pecado! Então, entendo que está equivocado quem pensa que está perdoando ou sendo indulgente com quem pense diferente dele! Por mais que eu discorde de alguém que pensa diferente de mim , e, até mesmo, abomine e tenha asco dos valores que defendem, eu não posso vê-lo como pecador! Acredito que essa cultura do cancelamento e linchamento virtual parte de pessoas que têm dificuldade de entender o verdadeiro significado da democracia! Como dizia o saudoso Millô Fernandes: “Democracia é quando eu mando em você! Ditadura é quando você manda em mim.”

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    1. Esse tema é muito difícil mesmo, Hudson! Demorei muito para conseguir dar tom ao texto. Li também sobre como é. O catolicismo e parece que tem significado similar, a diferença é que tem o papel do padre de intermediador. Enquanto no conceito do espiritismo seria a gente com o outro diretamente. Não sei, me diz se estiver errada. E todos tem que ter o direito de falar para ter o diálogo, concordo com você. Conversamos naquele texto sobre os extremos, lembra? Só com o diálogo é possível mudar alguma realidade. E a cultura do cancelamento não aceita o erro ou o diálogo. Essa nova onda entra nos pontos negativos do excesso de informação proporcionado pela internet, não estamos preparados…

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  3. elcieloyelinfierno

    Reflexão linda e sóbria! A indulgência ora bem por misericórdia, ora bem por empatia com os outros; Isso nos torna verdadeiramente humanos, porque o que estamos oferecendo faz parte de nossa alma, mantida na privacidade de nosso ser. Honestamente, e que cartão postal melhor do que uma flor de uma das pessoas, que você mais ama.

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    1. E que difícil conseguirmos colocar em prática a indulgência, não é? Adorei ler mais e buscar entender esse tema. Adorei quando disse que “o que estamos oferecendo faz parte de nossa alma”. Oferecemos amor se temos amor, paz se temos paz. Por isso precisamos deixar nossa alma bem alimentada. Ótima semana para você! 🌻

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      1. elcieloyelinfierno

        Muito obrigado, quando você medita e visualiza criativamente; você obtém paz interior incomparável. O mesmo desejo para você, uma semana maravilhosa!

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  4. Bruno Morais

    Leve, seu texto, seu contexto, sua intenção que se apresenta com postura leve, sua atmosfera. Necessário. Indulgência consigo, com o outro. As grandes industrias deveriam fazer dessa palavra um mantra, os coachs deveriam se ligar mais nela, tudo longe da saturação, de todo fanatismo, perto da beleza da clemência, da leveza. Você perpassa aprendizados constantes, sustentáveis, não pare de compartilhar Nicole, uma ótima semana, que seja um agosto de curas!

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    1. Será indulgência o nosso olhar equilibrado sobre o outro e sobre nós mesmos? Estou tateando sobre os temas e tentando aprender junto. Não somos perfeitos, mas estamos tentando fazer nosso melhor. Sim, que agosto seja de curas! 🙏🏻✨

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  5. Daniel Takara

    Nicole, acho que o trecho “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” do Pai Nosso fala de “nós” num estado sublime, em que somos capazes de perdoar, o que nem sempre é o caso, pois estamos em evolução. Muitas vezes temos dificuldade de perdoar até a nós próprios. Acredito que a indulgência e o perdão têm a ver também com o que comentei no teu post anterior sobre sermos mais capazes de controlar o que pensamos e sentimos do que as outras pessoas pensam e dizem. O verdadeiro perdão surge quando a ofensa causada por outra pessoa deixa de existir, porque já não produz mais efeito negativo sobre nós. Para mim, que eu me lembre, muitas vezes o perdão acaba surgindo de modo natural com o tempo, sem que eu perceba qualquer “força de vontade” da minha parte de perdoar. Parece ser algo mais passivo. Espero algum dia evoluir para que seja mais voluntário e que não dependa tanto do tempo. Quanto à “cultura do cancelamento”, é algo perigoso, porque na prática serve como um julgamento sem direito de defesa. Vi um exemplo recente no vídeo a seguir, em que relatam uma situação em que um homem nos EUA foi demitido do emprego após sofrer “cancelamento” no twitter por ter feito involuntariamente um gesto entendido como racista por outra pessoa que estava passando, tirou uma foto e o “enquadrou” como racista num post no twitter: https://www.youtube.com/watch?v=nmw2VWIYNPs Além de tudo isso, acredito que os momentos em que percebemos que estamos julgando alguém são boas oportunidades para refletirmos por que estamos julgando: será que estamos vendo em outra pessoa uma falha que nós mesmos cometemos no passado ou que ainda cometemos no presente, mas não conseguimos perceber?

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    1. Esse exemplo ilustrou muito bem o que estamos vivendo, Daniel. Além de termos que olhar para nós mesmos e nossos julgamentos, estamos socialmente pisando em ovos o tempo todo.

      Olha que loucura alguém fazer um sinal com a mão e já ter milhares de pessoas que nem viram “cancelando” imediatamente. São muitas consequências para a vida dessa pessoa. E para a nossa! Porque pode acontecer com qualquer um. Parece que estamos o tempo inteiro sendo vigiados e alguém torcendo para um deslize.

      Foi o que conversamos outro dia sobre os males da tecnologia e a Irina comentou o mesmo aqui nesse texto. A internet conecta todos nós, mas trouxe uma bagagem muito pesada também.

      Como podemos fugir disso? Será que vamos conseguir ser tecnológicos com equilíbrio e de forma saudável com nós mesmos e os outros?

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      1. Daniel Takara

        Pois é, Nicole. Todos os recursos tecnológicos disponíveis hoje em dia nos dão muito mais acesso acesso de comunicação do que havia antes para as pessoas em geral, tanto para consumir quanto para compartilhar informações, sensações, insatisfações, seja para o bem ou para o mal. O poder amplificado da rede funciona para os dois lados. Um post no facebook, no twitter ou qualquer rede social aceita tanto informações verdadeiras quanto falsas ou, ainda todas as opções no meio, afinal o que é verdade pode depender do ponto de vista e muitas pessoas não percebem que o mundo e as pessoas podem ser (e frequentemente são) muuuuuito mais complexos do que nas historinhas em que existe o mocinho e o bandido. Mas, enfim, retornando às questões que você colocou… nunca passei por uma situação de “cancelamento” parecida como a do funcionário da SDGE retratada no vídeo da BBC Brasil. Qual é a tua percepção sobre a cultura do cancelamento no Brasil? Me parece que, por aqui, estão mais sujeitas a isso as pessoas famosas que se expõem mais. Sobre conseguirmos ser mais tecnológicos com equilíbrio, acho que é uma questão de tempo. Acho que ainda somos crianças nessa seara, mas tenho fé que aprenderemos.

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      2. Acredito que no Brasil as pessoas famosas estão mais expostas, mas nós que estamos fora do nicho também estamos vulneráveis. Por exemplo, aquele caso da mulher que disse que não era cidadã e sim engenheira civil. Por mais que eu não concorde com a postura dela, houve um cancelamento e exposição intensa da vida dela. Vira e mexe aparecem casos de pessoas que foram filmadas, como o cara citado pela BBC, e tem um recorte da sua fala ou gesto jogado na mídia. E todos os julgamentos online começam. O que você disse sobre mocinho e bandido é muito interessante, somos seres bem mais complexos que isso! Todos nós transitamos por vários lados. Também tenho fé que aprenderemos, mas é um caminho bem longo!!!

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  6. oi, Nicole. tema denso, complexo e muito rico para refletir e pôr à mesa. pego emprestado do dicionário a partir do “indulgente”: que ou aquele que se mostra favoravelmente disposto na apreciação de trabalhos ou atos de outrem. bom, penso que, nos dias de hoje, há realmente uma divisão sem sentido e tola face a tantas distorções. veja que as “fake news” não são privilégio de hoje. há uma frase muito forte que diz “Na guerra, a primeira vítima é a verdade”. histórico e cultural, por certo. mais um pouco, o livro “O céu que nos oprime”, da escritora Christine Leunens, conta exatamente como a narrativa criada à época serviu para a ascensão do nazismo. junto esses poucos pontos em mídia, divulgação, propaganda e está feito todo e qualquer julgamento. mais outro ponto: de posse das informações (independente de serem verdadeiras ou não) o coletivo passa a trabalhar com a verdade absoluta. o outro lado passa a ser inimigo. e isso em um período em que não havia internet. joga tudo isso para hoje e está feito o estrago. enfim, independente de tudo, falta consciência pessoal e coletiva, educação, cultura, conhecimento, etc. sem elementos básicos, todo o sentido humano entra em ruína. um simples exemplo: se sou acusado e a acusação ganha mídia (todas) em grandes manchetes que sou corrupto, essa passa a ser a verdade diante de todos. julgado inocente, no máximo a notícia é nota de rodapé. ou seja, a verdade é sempre vítima. quem havia feito o meu julgamento público possivelmente não leu a notícia verdadeira. assim, o confronto hoje, não apenas aqui, mas no mundo em geral, passa pelo que tentei expor. sim, falta exatamente os elementos do ser indulgente para que possamos ter uma sociedade melhor. bom refletir sobre. continue, por favor, a consciência e lucidez agradecem. o meu abraço. beijo e cuide-se muito.

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    1. Seu comentário foi tão perfeito, Fernando! Você passou por todos os X’s da questão. É difícil ter uma ideia clara de como tentar contribuir para esse cenário não piorar. Tanto em relação à cultura do cancelamento como das fake news, porque, como você disse, o outro lado passa a ser inimigo. Que complexo, mas que bom conversar sobre isso. Obrigada pela sua presença!

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  7. Daniel Takara

    Nicole, honestamente, vejo de forma bem diferentes os casos do funcionário da SDGE nos EUA e da mulher no Leblon que falou “Cidadão, não. Engenheiro civil, muito melhor do que você.” ao fiscal da vigilância sanitária. Procurei na internet agora o vídeo deste último caso (assisti em https://youtu.be/JC841BopK5s ) e o que me veio à mente não foi indulgência, mas sim a necessidade de as pessoas assumirem a responsabilidade pelos seus atos. Imagino que o casal não tenha gostado nem um pouco de ser abordado pelo fiscal e, por isso, a mulher tenha proferido palavras que me pareceram bem arrogantes. Independentemente do que está na lei, os atos que cometemos podem ter consequências. Neste caso, a consequência foi o caso ter sido divulgado na imprensa e, provavelmente, o empregador da mulher não quis ter sua imagem vinculada a ela e resolveu demiti-la. O vídeo não mostra como o fiscal da vigilância sanitária abordou o casal. É possível que a abordagem do fiscal tenha sido inapropriada? É possível que sim e é possível que não. De qualquer forma, em nenhum caso o que a mulher falou me parece apropriado. Para mim, o caso serve como lembrança de que devemos tomar cuidado com o que falamos e fazemos, principalmente quando estamos exaltados e independentemente de haver terceiros observando ou não, pois a consequência (para nós mesmos) pode ser mais grave e imediata do que imaginamos. Me lembra a letra da canção Instant Karma, do John Lennon: “Instant Karma’s gonna get you, gonna knock you right on the head…”

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    1. Concordo plenamente que a postura foi inapropriada, mas acredito que a indulgência entra quando todos começaram a compartilhar os vídeos, a fazer o julgamento massivo etc. para mim, é claro que eles erraram. Mas será que com a indulgência não deveríamos ser mais brandos e considerar que eles estão também evoluindo? Claro que é algo muito avançado para o nosso momento evolutivo, mas entendi que indulgência seria olhar para essa situação – por mais arrogante que seja – com mais compaixão. Só uma análise, não quer dizer que eu conseguiria fazer isso. Tanto que escrevi um texto com críticas ao comportamento dela. Faz sentido?!

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      1. Daniel Takara

        Nicole, acho que o momento evolutivo é um ponto central nesta questão. Social e psicologicamente falando, a cultura do cancelamento não deixa de ser uma espécie de reforço negativo, que pune comportamentos não aceitos por aqueles que “participam” do cancelamento. Vejo-o como uma versão contemporânea e virtual de castigos físicos que eram mais comuns antigamente, como o apedrejamento de adúlteros até a morte, por exemplo. Talvez a cultura do cancelamento seja vista como uma barbárie daqui a alguns séculos ou milênios, assim como hoje em dia consideramos absurdo que se apedreje alguém até a morte. Claro que esses “reforços negativos” estão muito sujeitos a falhas e podem ser muito injustos, como no caso do funcionário da SDGE nos EUA. Enfim, concordo plenamente como você que o ideal é que consigamos praticar a caridade e a indulgência, até mesmo com alguém que tenha feito algo mais terrível do que falar as palavras infelizes que a mulher falou ao fiscal da vigilância sanitária (algo como assassinar alguém que amamos muito, por exemplo). Espero que não demore muito para chegarmos num nível de evolução que nos permita praticar a indulgência de modo mais natural e automático.

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      2. É mesmo, Daniel! Bem capaz de passarem alguns anos e a cultura do cancelamento ser vista como barbárie. É um assunto muito novo e que merece ser estudado, mostra muito o que somos ou estamos sendo.

        E também torço para que a gente alcance esse nível de evolução! 🙂🙏🏻

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