
Engraçado como parece que sempre falta algo. Fico pensando se é da nossa natureza humana ou se é algo socialmente imposto. A vida pode estar tranquila, ter saúde, bom emprego, família reunida. Mas, não tem escapatória, sempre aparece uma abelhinha no ouvido: mas ainda falta aquilo.
Nossos sofrimentos muitas vezes estão relacionados à atenção excessiva naquilo que imaginamos que precisamos conquistar. Saúde está em dia? Ah, mas não consigo mudar de cidade. Está viajando o mundo? Ah, mas não consigo encontrar o amor da minha vida.
Nossa mente parece sempre olhar as faltas com uma lupa. A gente sempre quer mais da vida e esquecemos de refletir sobre nossos deveres nessa existência. Sobre nosso papel no ambiente em que estamos inseridos. A vida não é só usufruir e alcançar metas, é também colocar a mão na massa em prol da coletividade.
Além disso, quando olhamos tanto para fora, superestimamos as conquistas alheias e deixamos de lado as nossas. Tem tanta coisa bonita na própria vida para ser apreciada, experimentada. Vale a pena fazer a clichê lista das gratidões para perceber o que há de precioso na caminhada.
Vi uma postagem antiga de uma policial militar que se despediu recentemente dessa jornada com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Era uma foto em que ela colocou na descrição “saudades de quando eu podia andar por aí”. São histórias como essas que aterrissam a mente no presente. É só ele que importa. Estamos vivendo ou esperando o que falta?
Foto autoral. Encontrei flores na Tijuca / Rio de Janeiro, 2020.
Bom dia, Nicole!
O texto de hoje tem um tom bem sério e filosófico. 👓 Mas isso também é bom.
Eu acredito que o estar sempre a procura de algo a mais faça parte da condição do ser humano neste mundo, consequência da perda da felicidade do paraíso terrestre. Adão e Eva foram expulsos do paraíso por causa de seu pecado. Não sei como as outras religiões explicam esse sentimento de vazio e insatisfação.
Acredito que o ser humano sempre sentirá um certo vazio e insatisfação com a vida presente. Penso que cada um deve descobrir como diminuir essa insatisfação, encontrando ao mesmo tempo um equilíbrio nessa situação de ansiedade por algo a mais. Para quem é cristão e tem uma vida mais difícil, penso que a oração, a meditação na Paixão de Cristo e a busca pelas virtudes podem ajudar a encontrar maior paz em meio as contrariedades da vida.
Já para quem tem uma vida melhor, com saúde, trabalho, família, amigos, uma vida equilibrada entre trabalho, família, espiritualidade e lazer sejam suficientes.
Porém, além do que eu já disse no início sobre a condição existencial do ser humano, o mundo de hoje é um mundo marcado pelo consumismo e materialismo, e isso faz uma certa pressão em todos nós, não importa em qual situação de vida estejamos. Hoje em dia é mais difícil do que antigamente encontrar certa paz interior. O mundo está muito caótico e angustiante. Mas devemos perder a esperança. A esperança é importante para a paz interior.
Me desculpe pelo comentário mais longo do que o comum. Porém queria achei oportuno o tema do seu texto de hoje para partilhar essa reflexão, que é muito pessoal, mas quem sabe pode ser útil para mais alguém. 🤔
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Obrigada pelo comentário, Alex! Sua análise foi muito boa. Sinto o mesmo sobre a pressão externa. Acredito que não precisamos de muito para ter um estado de plenitude, mas é tanta coisa que chega do lado de fora que não conseguimos separar o que vem de dentro da gente e o que não. Por isso é bom refletir, ler e conversar para termos cada vez mais consciência das nossas escolhas. Bom domingo! 🙂🌻
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De nada, Nicole!
Fico contente de que você gostou do meu comentário e análise. 🙂
Obrigado por sua resposta ao meu comentário. Ela foi enriquecedora para mim. Aprendi que precisamos separar as necessidades que vem de dentro da gente das que não vêm. Fazendo isso teremos consciência das nossas escolhas.
Bom domingo pra você também! 🙂 🌻
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Que bom que o comentário te levou algo novo!! Fico muito contente. Até o próximo texto 🙂
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Obrigado por seu feedback, Nicole! 🙂
Até o próximo texto! 🙂
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Uma correção: Na frase: “Mas devemos perder a esperança” ficou faltando gritantemente o NÃO. A frase correta é ” Mas NÃO devemos perder a esperança.” 🙏
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Uma análise interessante e atual.
Penso que é da natureza humana, mas que na atualidade o sentimento de faltar algo cresceu demasiado devido as tecnologias. Cresceu tanto que parece algo socialmente imposto. Estamos sempre a comparar com o outro, com a superficialidade de suas imagens, e daí o sentimento que sempre falta algo.
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Como as vidas estão mais expostas, a gente acaba levando como parâmetro a do outro, né? E esquecemos que muitas das vidas “on-line” não são tão belas na vida real. Se é complexo para os adultos, imagina para os adolescentes. Tem que ter muita sabedoria para não ser engolido. Beijos!
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Boa tarde…acho que a melhor e maior riqueza que temos e a vida..o acordar todos os dias ja é uma Vitória…nossa saúde enquanto infelizmente mtos nao as tem…e poder estar ao lado das pessoas que realmente amamos…isso e valioso,verdadeiro tesouro…sejamos agradecidos a Deus sempre!!
Boa tarde Nicole..bom fim de semana .fica c Deus!!
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Tenho seguido por aí também, Renata!! Precisamos de muito pouco para se sentir bem. E eu até acho que quanto mais temos coisas mais difícil é para estarmos em paz. Beijos e bom domingo! 🌷
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E verdade acho que este é o grande segredo da vida…vivemos lutando em busca de bens materiais que mta das vezes sao desnecessarios so atraem coisas ruins .. e depois a vuda passa tao rapido e os bens adquiridos ficarão…nao q seja errado vc conquistar coisas…mas ate quanto e a questão…o verdadeiro levaremos conosco!! Bom domingo a vc tbm Nicole..bom dia!!
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Exatamente!! Saber definir o que é essencial! Beijos! 😘
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Muito bom, Nicole. Vale uma reflexão sobre isto. Parabéns!
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Feliz por ter gostado da reflexão! Obrigada, Antonio. Abração!!
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Me trouxe uma boa reflexão. Vivendo e aprendendo 🙌🏻🙏🏻
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Vivendo e aprendendo mesmo, Bia!! Obrigada pela presença. Beijos e bom domingo! 🌻
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Mais uma vez ela vem com argumentos necessários. 😀
Esse esvaziamento inerte de si mesmo que as vezes bate é complicado, creio que seja fruto de uma ansiedade geral social do que absorvemos sem ver e não processamos, tudo misturado com nossas subjetividades e assim se dá uma espécie de falta que nos move ou não.
Somos produtos do meio, que esse meio não seja só um produto, que sejamos atenciosos e desacelerados para que possamos aproveitar os processos da vida e vivamos as tentativas de compreensão de forma sustentável, que não cedamos sempre a tensão da falta e saibamos lidar com a originalidade dela. Uma ótima noite, beijos!
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Que bom ler seu comentário! Adoro suas subjetividades 🙂
Podemos aproveitar o que já chegou, não é? E ter um olhar consciente sobre o que realmente falta e do que não precisamos. Beijos e bom domingo! 🌷
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É sempre bom nos lembrarmos que é prudente reduzir a proporções mais modestas nossas pretensões aos prazeres, às riquezas, às posições, às honras e tudo mais extravagante. A disputa pelo esplendor e pelos prazeres pode nos trazer os maiores infortúnios. Agradecer ao que possuímos em detrimento do que almejamos é um exercício pra vida. Seu texto me remeteu a corrente filosófica do estoicismo. Obrigado pelo belo texto e pelo lembrete, Nicole!
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Muito bom seu comentário, Raphael! Gostei quando você usou a palavra “disputa”, não tinha pensado por esse lado quando escrevi e faz todo sentido. Vou ler sobre essa corrente filosófica, não conheço. Muito obrigada por essa troca. Abraços e bom domingo!!
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Estamos vivendo ou esperando o que falta? Recentemente, você publicou uma story no Instagram que dizia (não lembro exatamente as palavras): “você vai ficar no mesmo lugar a vida toda ou vai correr riscos e tentar fazer algo diferente?” Na verdade, somos pressionados pelo mundo a nossa volta e por nós mesmos a buscar algo que, muitas vezes, nem sabemos o que é! Precisamos entender que as pessoas são diferentes e têm diferentes ambições! Se aquela pessoa, que o mundo vê como acomodada, está feliz por ter passado a vida no mesmo emprego, na mesma cidade, na mesma casa, qual o problema? Ou se você precisa sempre de novos desafios, qual o problema? O importante é ser feliz! E entendo que essa felicidade só será plena quando formos capazes de ajudar, de alguma forma, a construir um mundo mais justo e solidário!
Parabéns pelo lindo texto! Bjs
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Com certeza, Hudson!! Existem mil opções de se levar uma vida. E qual problema se escolho uma e você a outra? Não dá para colocar todos numa mesma caixinha.
Lembro dessa postagem que coloquei e ela dizia que quando temos medo de saltar é porque devemos mesmo saltar. E esse saltar não necessariamente é uma movimentação externa, como mudar de emprego, casa, relacionamento. Muitas vezes tem a ver com nossas mudanças internas, nosso autoconhecimento, aprendizados, novas perspectivas.
A vida é estar em movimento constante e é assim que a gente constrói um mundo melhor. Obrigada pelo carinho! Saudades!!!
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Desde que consigamos canalizar esta busca pelo algo que falta para algo bom, na fome de evoluir, acho muito benéfico. Estou sempre atrás de algo melhor, mas as vezes a gente confunde estar satisfeito com aquilo que temos com comodismo. Creio que os mais antigos, talvez por terem passado necessidades e uma enormidade de percalços que a nossa geração nunca conhecerá, sabem separar melhor estas duas coisas. Quem sabe com a maturidade este senso também despertará em nós.
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Verdade, Juliano… acho que as gerações mais novas são mais impacientes e ansiosas. Queremos tudo pra já! E temos dificuldades de compreender se queremos/precisamos mesmo do que desejamos. Concordo que a maturidade vai melhorando isso!
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Nosso vazio existencial é impreenchível em vida… O horizonte sempre nos convida para outras caminhadas na sua direção e sempre nos diz: vem, mas, não me alcançarás… Quando chegares em mim, não mais existirás seu vazio, mas, você também não, pelo me nos, nesta dimensão..
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Fico na dúvida de realmente existe um vazio ou se criamos essa ideia de vazio que precisa ser preenchido. Será que não temos nossa plenitude?
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A plenitude tiraria a graça da vida… Viver exige um mínimo de busca e a plenitude simplesmente dispensaria qualquer busca, logo…
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Plenitude não no sentido de estagnação, mas que temos dentro de nós tudo que precisamos para buscar o que nos motiva ou necessitamos…
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Eu acho que existem dois lados nessa história e é tudo uma questão de saber dosar. Por um lado acho que devemos sim lembrar mais vezes de todas as nossas conquistas e aproveitar melhor o presente. Mas, ao mesmo tempo, acho saudável estarmos em busca de mais, não no sentido de insatisfação com o que já temos, mas no sentido de estar em busca de evoluir e melhorar. O difícil é “só” aprender a andar na tênue linha entre a coerência do que realmente falta e virá para acrescentar e o que é só a gente achando que a grama do vizinho é mais verde rs Mas vamos tentando, né?
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Esse é o grande problema que vejo também, Gabi! Conseguir separar o que é uma busca genuinamente nossa e o que é algo que queremos apenas porque dizem que devemos/precisamos/queremos. É um exercício e até um ato de resistência tentar olhar para nós mesmos. Sigamos! 🙂
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Que belo registro das flores, elas são A gente aprende desde cedo que sempre falta alguma coisa e passamos a viver no piloto automático.
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Tento correr desse piloto automático! Não é fácil, não. Beijos, querida!! 🌷
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Acho importante sonhar e desejar, ter uma meta e persegui-la. O problema é quando tudo isso nos impede de perceber o quanto já foi conquistado.
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E de viver o que já está diante de nós 🙂
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Creio que nós, seres humanos, somos insatisfeitos por natureza. Andamos sempre em busca de algo, propósito, não sei até que ponto isso seja assim tão mau… se for nos bons sentidos.
Um beijinho Nicole, boa reflexão.
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Não sei definir se é bom ou mau, talvez só precisa haver equilíbrio. A gente conseguir viver o presente e ir em busca dos nossos sonhos de forma saudável. Beijos e obrigada, Irina! 🌻
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