Sou feminista e, antes que você pergunte, eu depilo as axilas, faço escova no cabelo e de vez em quando pinto as unhas. E respeito as mulheres que escolhem não fazer nada disso. Ser feminista para mim é refletir sobre meu papel no mundo e meu direito de escolha em relação a qualquer coisa da minha vida.

Ultimamente, tenho pensado muito sobre quem manda. Alguns homens casados gostam de dizer que em casa quem manda é a mulher. Em certa medida, pode até ser verdade. Mas quando extrapola os muros do lar quem manda são os homens. E são os homens brancos acima dos seus 55-60 anos.

Existem alguns países com mais equidade: jovens, mulheres, LGBTQ+ e negros ocupando lugares decisórios na política, no judiciário, no legislativo, nas empresas, nos órgãos públicos. No Brasil, o cenário me dá calafrios. Não tem diversidade nenhuma e fico me perguntando se não é esse nosso grande problema.

Acha que estou exagerando? Dá uma olhada em quem propõe as leis do país, quem chefia a administração pública, quem julga nos tribunais, quem é seu chefe ou o chefe do seu chefe, quem manda nas universidades, quem deveria proteger o meio ambiente, quem são os donos de latifúndios.

Já me posiciono dizendo que não sou contra líderes homens tampouco defendo que todos os líderes deveriam ser mulheres. A vida não é um oito e oitenta. Eu quero é a real diversidade e ela abrange os lugares que decidem sobre nossas vidas e nosso país. Porém, postei e saí correndo: as melhores líderes que conheço são mulheres.

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Foto autoral. Dedico ao mês do Orgulho LGBTQ+ / Junho, 2021.