O sabor das lembranças

Foto autoral. Girassóis do caminho / janeiro, 2022.

Na manhã de Natal, provei a bebida chamada eggnog, uma gemada alcoólica. Gostosa, por sinal. Publiquei uma foto e recebi uma mensagem dizendo: “gostei muito quando provei e o Natal que passei nos Estados Unidos tem gostinho de eggnog na minha memória”. Pensei no sabor das lembranças.

É fantástico como o que provamos pode nos lembrar lugares, pessoas, experiências. Quando penso nos três anos em que vivi em Belém, o sabor dos peixes e daquela farofa amarela vêm na minha boca. Da cerveja Tijuca também. De Brasília, lembro da pamonha com queijo dentro e de uma picanha que costumava almoçar com amigos nos momentos especiais.

Do Rio me vem à mente churrascos da família, bacalhau da minha vó, bolo de cenoura, pizza do meu tio, tutu do meu avô. Apesar de não gostar de jiló, não consigo pensar em BH sem sentir o sabor do fígado com jiló e da cerveja gelada. Acredite: é delicioso.

Uma amiga costuma dizer que quando olhamos uma paisagem muito bonita precisamos observar por cinco segundos para ela ficar gravada na retina. Porque nenhuma foto é capaz de mostrar integralmente o que nossos olhos veem. Eu diria que é o mesmo com o que saboreamos.

Aquilo que experimentamos segue na nossa memória, na nossa história, nos conecta. Resgatar nossos sabores é ver que não estamos correndo pela vida, mas caminhando por ela.

Com carinho,

Nicole.

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