Esse título é um trecho da música ‘todo carnaval tem seu fim’, do grupo Los Hermanos. Aquela festa anual aguardada ansiosamente por muitos brasileiros. Depois de cinco anos fora dos carnavais do Rio, retornei nesse último.

Não sou daquelas fanáticas e costumo intercalar um ano de carnaval e outro fugindo dele. Esse foi diferente. Nunca imaginaria, no meio daquela felicidade toda, glitter nos rostos e fantasias aleatórias que, pela primeira vez, o ano não começaria depois dele.

Sei das críticas em relação ao não cancelamento do carnaval, mas, convenhamos, seria algo operacionalmente complexo para ser feito em cima da hora. Enfim, agradeço por ter trocado conhecer Jericoacoara pela folia do Rio nas vésperas.

Tinha esquecido como essa festa é uma pausa democrática. Dentro de tanto caos que há na existência, as pessoas têm uns dias para simplesmente ser. Ser o que querem ser e talvez o que são de verdade. São fadas, gatos, super heróis, coelhos, onças. Elas tomam as ruas para brincar com amigos e desconhecidos. De graça.

O de 2020 foi um grito. E ninguém sabia o que viria depois. Parecia que todos precisavam colocar para fora sentimentos, angústias, medo, insatisfações. Um ato de resistência, não deixa de ser. Nesse ano, então, nem se fala.

Carnaval faz tanta gente feliz. Ele coloca o pão na mesa de tantos outros. Que bom que muitos puderam sorrir antes do coronavírus atropelar todos os planos. Vida longa às cores do carnaval. Foi especial, queria mais.

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Foto: C. F. Bloco amigos da onça, Aterro do Flamengo / Rio de Janeiro, 2020.