As coisas têm sido

Recebi devolução de um texto em que o professor alterou o verbo “é” para “tem sido”. No meio de sugestões maiores de alteração, essa pequena foi a que mais me trouxe reflexão. As coisas realmente não são, como se fossem eternas e imutáveis, elas têm sido de uma certa forma.

Com o passar do tempo, elas serão de outro jeito. Nessa semana, li sobre três sutis atos revolucionários que ocorreram no cenário esportivo. Anos atrás, eles eram impensáveis. Isso confirma como a realidade se transforma. O primeiro que me chamou a atenção foi o do jogador de futebol Paulinho, cria do Vasco, diga-se de passagem.

Paulinho disse, antes dos jogos começarem: “Que Exu ilumine o Brasil”. Ao fazer um gol, comemorou com o gesto da flecha de Oxóssi e o locutor comentou: “Para Exu aplaudir”. Tudo fazendo referência ao Candomblé e à Umbanda, religiões de matrizes africanas e maiores vítimas de intolerância religiosa no país.

Levar os Orixás para as Olimpíadas, para as bocas dos locutores e para as capas de jornais é resistência e respeito às diferentes religiões que existem no Brasil e no mundo. E esse não foi o único. Os outros acontecimentos foram protagonizados por mulheres.

A narradora – uma mulher narrando um jogo de futebol já é um sinal de mudança – usando o pronome neutro “elu” para alguém que não se identifica com os gêneros feminino e masculino. E a seleção feminina da Noruega de handebol de praia que se recusou a jogar de biquíni.

Afinal, por que as mulheres devem jogar de biquíni?

Obrigada pela sua leitura!

Com amor,

Nicole

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Foto autoral. Imagens da Ilha do Combú, Belém / Julho, 2021.

7 comentários sobre “As coisas têm sido

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