
Não me sinto à vontade no ambiente de igrejas, templos, centros, apesar de ter crescido no catolicismo com todo aquele caminho concluído: batizado, catecismo e crisma. Inclusive, a crisma fiz duas vezes porque na primeira faltei o retiro para ir a um show.
Na época, conversei com o padre e disse a ele que não era justo me reprovar apenas por não ter ido a um evento. Óbvio que ele não me ouviu. E o doido é que esse mesmo padre deixou a batina para se casar. Depois que não era mais obrigada, não fui a nenhuma missa.
Mudei para Brasília e lá comecei a frequentar uma das maiores casas espíritas do Brasil. Além de adorar os trabalhos voluntários, era minha forma de ampliar meu círculo de amigos tão restrito ao trabalho. Mas algo me causava inquietação: o tanto de pedintes que havia na entrada e não cruzavam o portão.
O local era elitizado e basicamente formado por pessoas brancas, servidores públicos, classes média e alta brasiliense. Todos indo buscar a fé, o consolo e a cura lá dentro. Veio a pandemia, saí de Brasília e fui me desconectando. Tive a certeza de que a espiritualidade está dentro de mim e em todas as coisas lindas da natureza.
Hoje também acredito que a prática da espiritualidade está nessas pessoas “do lado de fora”, as que estão fora da nossa bolha. Vendendo bala nos sinais, pedindo comida na frente do supermercado, dormindo no frio da rua. Se tem alguém que tem algo a nos dizer, são elas. A fé que eu acredito não está em um altar.
Clique aqui e converse comigo também pelo Instagram.
Foto autoral. As ruas gritam, Rio / Agosto, 2021.
Não tenho crença religiosa nenhuma, mas imagino que a fé está dentro de cada um, não precisa ser buscada fora.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Sigo essa linha também 🙂🌻
CurtirCurtido por 1 pessoa