Já parou para pensar que somos natureza? Não, nós não somos máquina. Somos mar, rio, floresta, flor, vento, fogo. Nós desaguamos, transbordamos, reacendemos, florescemos. Isso faz lembrar o tempo de cada um.

Esse tempo que tanto falamos que passa rápido e nos faz dizer: “calma, vai devagar”. Será que ele corre porque não prestamos atenção? Seguimos o ritmo das máquinas e esquecemos que podemos ser flor. Ou vento, seja como for.

Anteontem ventou tanto que, apesar do medo que dá, celebrei cá dentro a força da natureza e seus fluxos. Depois veio a chuva. No dia seguinte, o Sol. A natureza impõe o ritmo dela de uma maneira tão linda e natural que fico admirando.

E desejando também. Ah, se pudéssemos apreciar nosso ritmo, vivenciar nosso ritmo. Podíamos abraçar todas as estações que existem em nós. Doidas para se transformar. Sorrir com a primavera, acalmar com o outono, silenciar com o inverno e dançar com o verão.

Talvez a gente possa. Num tipo de resistência para desfrutar do nosso tempo. Hoje sinto as cores e o cheiro da primavera, também o vento no rosto que tem batido na janela. Sejamos o que somos, sejamos natureza.

Obrigada pela sua leitura! 

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