“Vó, você aceitou bem o envelhecimento, não é?” Perguntei à Thereza, minha vó ligada no 220v nada a ver com as avós calminhas e fofas que existem por aí. Ela respondeu que envelhecer é uma merda, mas que não se lamenta por essa fase da vida.

Realmente: nunca vi minha vó dizendo que queria voltar para a juventude, apesar dela ter alguns assuntos saudosistas. O tema envelhecer – e aceitar envelhecer – estava presente numa conversa com uma amiga e falamos sobre as diferenças de gerações.

Minha vó vive perto de todos os filhos, é vizinha do irmão, tem uma penca de netos e sua presença é muito forte como matriarca da família. E aí refletimos sobre quem tem sessenta hoje, quem tem trinta, como as coisas mudaram. Gente que mora longe, gente que optou por não ter filhos.

As famílias estão cada vez menores porque, afinal, quem consegue ou quer ter quatro filhos hoje em dia? Vejo novos formatos: filhos, netos, irmãos morando distante e famílias de duas, três pessoas. Vejo também novos caminhos: comunidade de velhinhos amigos.

Acho que das amizades podem sair boas aventuras, mesmo quando todos estiverem de cabelo branco e andando devagarinho. Junta todo mundo num lugar bonito para rir das histórias vividas. Na praia, na montanha ou numa cidade qualquer. Que sonho! Eu topo.

Obrigada pela leitura! Até a próxima crônica!

Clique aqui e converse comigo pelo Instagram.