As mortes precoces reviram nossas mentes sobre o que estamos fazendo da nossa vida. Saber que a vida não tem banco de horas, ou tempo extra, dá algumas sensações estranhas. Será que estou onde gostaria de estar? Será que estou feliz? Será que estou no caminho certo? E se jogar tudo para o alto?

Se não equilibramos os sentimentos, dá culpa pelo que não estamos fazendo ou ansiedade pelo que gostaríamos de estar fazendo. Na agonia de “viver como se fosse o último dia”, corremos o risco de afogar o que somos. A vida é um sopro, a vida pode acabar num piscar de olhos. Verdade, verdade. Mas isso não significa que precisamos levar isso como uma filosofia de vida.

A morte é inevitável para todos, mas deixar a possível-morte dominar nossa vida pode ser um quase-morrer. Na ânsia de não saber o que fazer com a brevidade, podemos fazer loucamente tudo e ao mesmo tempo nada. Talvez a aceitação de que teremos um fim tenha mais a ver com consciência, a ter escolhas conscientes em relação ao tempo e às prioridades.

O tempo da nossa vida está sendo destinado ao que amamos ou ao que queremos? E aí penso que até isso é um privilégio. Seria fácil chegar aqui e dizer para cada um viver a sua verdade, correr atrás dos próprios sonhos, acreditar que é possível. Mas eu sei que essa não é a realidade da maioria.

Então o que posso dizer é que cerque-se. No final, talvez a vida seja isso: estar cercado de boas companhias. Elas fazem toda a diferença. São as pessoas que iluminam os caminhos que sozinhos não conseguimos enxergar. Mais importante do que o fazer, talvez seja a pergunta: quem está nessa caminhada com você?

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Até a próxima!