Os(as) bonzinhos(as)

Foto autoral. Vejo cores / fevereiro, 2022.

Eu já sofri com os bonzinhos demais. Pode parecer meio contraditório, mas é verdade. Eu já sofri quando me relacionei com aquela pessoa que faz absolutamente tudo para me ter ali. E sofri justamente por isso: bonzinhos fazem de tudo para nos manter ali.

Uma coisa é ser uma pessoa boa, que trata o outro bem, outra, completamente diferente, é ser bonzinho como tática para manter a outra pessoa por perto. Não é natural, sabe? Quem nunca conheceu aquela pessoa que começa a se relacionar com alguém e se transforma para caber no outro? Passa a gostar do que não gosta, a fazer o que não gosta, a ler o que não gosta, a assistir o que não gosta.

Hoje percebo que aceitar fazer tudo, nunca dizer não e querer agradar o tempo todo pode fazer parte de uma tática de controle. Uma tática às vezes sem pensar, sem planejar racionalmente. Mas uma tática para fazer de tudo para a outra pessoa não querer partir.

É bem mais difícil tomar coragem para terminar uma relação, seja ela amorosa ou não, com uma pessoa boazinha do que com uma pessoa mais sincera, que diz e faz o que sente. Como encontrar motivos para se afastar de alguém que faz tudo pelo outro? É difícil ter espaço e voz com os bonzinhos demais, por isso muita gente sufoca.

Relações precisam de equilíbrio nos afetos e nas ações, de espontaneidade e de sinceridade. Precisam da liberdade de escolher ir ou ficar. É ninho, não gaiola. É ficar porque simplesmente é isso o que se quer. No amor, menos pode ser mais.

Com carinho,

Nicole

2 comentários sobre “Os(as) bonzinhos(as)

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